|
¤
Tempo Real
|
São Paulo, 16 de setembro de 2015 |
Abimaq discute reindustrialização do país em Congresso |
|
|
|
|
A idade avançada do parque fabril brasileiro tem sido um dos principais entraves da competitividade da indústria nacional, avalia o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Carlos Pastoriza. Levantamento realizado pela Abimaq aponta que as máquinas instaladas nas fábricas têm, em média, 17 anos – dez a mais do que o parque fabril alemão. Essa defasagem aumenta o gap entre o Brasil e seus concorrentes.
“Essa diferença se reflete em termos de produtividade, menor consumo de energia e precisão. E os cálculos mostram que a produtividade do trabalhador alemão é quatro vezes superior à do brasileiro”, apontou Pastoriza, durante a abertura do Congresso Brasileiro da Industria de Máquinas e Equipamentos, realizado na sede da Abimaq, em São Paulo.
O presidente da Siemens no Brasil, Paulo Stark, recorreu aos números da Federação Internacional de Robótica para mostrar como o parque fabril brasileiro está defasado. Enquanto existem na China 50 mil robôs industriais instalados, o Brasil tem apenas 2 mil. Em 2017 a IFR estima que a China terá dobrado esse número, enquanto o Brasil terá 3.500 robôs industriais – nesse intervalo, os três países da América do Norte (EUA, Canadá e México) passarão de 31,5 mil para 36 mil, a Alemanha aumentará de 19,5 mil para 21 mil e a Índia, que tem 2,5 mil, chegará aos 5 mil.
“Os problemas com o câmbio fora de lugar, juros que são pornograficamente altos e um sistema tributário irracional, com o quais estamos convivendo há mais de dez anos, acabou criando um segundo problema, que é o parque fabril defasado. Temos agora dois desafios para serem vencidos simultaneamente, e temos que vencê-los rapidamente se almejarmos continuar a fazer parte do seleto grupo de países que têm uma indústria relevante de bens de capital”, afirma Pastoriza.
O dirigente ressaltou que agora o país percebe o movimento de desindustrialização – que esteve encoberto pelo bom momento das commodities. Por culpa dos altos custos de se produzir no Brasil, vários fabricantes foram se transformando em montadores ou importadores – extinguindo equipes de engenharia e cadeia de sub-fornecedores. “Nos últimos três anos os preços das commodities caíram e os efeitos estão aparecendo. E não por coincidência há três anos seguidos o setor de máquinas e equipamentos está em queda de produção real”.
Stark ressaltou que a retração na Formação Bruta de Capital Fixo no Brasil reduziu o mercado para os fabricantes brasileiros. “Antes de falar em ajuste fiscal, devemos criar os mecanismos para que haja atividade econômica que ajude a acolchoar o impacto desse ajuste fiscal”. |
|
|
|
|
<< voltar |
|
|
|
|
|
|
DESEJANDO
MAIS INFORMAÇÕES: redacao@editoravalete.com.br
|
|
|