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São Paulo, 27 de março de 2014

NIDays aborda desafios de equipar engenheiros e cientistas com
plataformas programáveis que aceleram a inovação e a produtividade

 

 

O NIDays - conferência anual promovida pela National Instruments em mais de 48 países – em sua edição no Brasil teve mais de mil e duzentos inscritos, entre engenheiros, cientistas, pesquisadores, educadores, integradores de sistema e desenvolvedores. O evento de um dia é uma oportunidade de networking com profissionais da indústria, para discutir os avanços tecnológicos e apresentar, em primeira mão, os lançamentos da NI.

Este ano, o evento contou 40 sessões técnicas de abordagens diferentes, separadas para iniciantes e desenvolvedores experientes; sessões para as indústrias de energia, automotiva, aeroespacial e de defesa, para a área de ensino e pesquisa; sessões práticas, nas quais os participantes puderam ter contato direto com os produtos de hardware e software da National Instruments, o LabVIEW; estudos de caso; demonstrações de aplicações; 2º Torneio de programação em LabVIEW; LabVIEW Code Challenge; apresentação das novas versões do LabVIEW, NI myRIO, NI CompactRIO 9068 e VeriStand.

A sessão de abertura contou com a participação do vice-presidente Executivo Global de Marketing e Vendas, Eric Starkloff, que falou sobre o papel da NI em equipar engenheiros e cientistas com plataformas programáveis que aceleram a inovação e a produtividade em suas aplicações.

O gerente de Negócios para o Brasil, Marcos Cardoso, mediou o debate sobre as tendências da indústria automotiva, em que profissionais discutiram diversos temas em evidência na atualidade em montadoras, autopeças e instituições de pesquisa como Motores com maior potência e menos consumo; Explosão dos recursos de infotainment dentro dos veículos; Parcerias para inovar e outros. A discussão “O futuro da indústria automotiva” explorou requisitos e tecnologias implantados no Brasil e falou os próximos passos a serem dados no Brasil para alcançar o mesmo padrão mundial e exigido pelo governo brasileiro. O painel contou com a presença do Noah Reding, Gerente de Produto da National Instruments responsável pelas ações estratégicas voltados à indústria automotiva, que falou sobre o tema como engenheiros estão reinventando o automóvel.

O CPqD que desenvolveu, em parceria com a National Instruments, a Já! e a Universidade Mackenzie, uma estação móvel para monitoramento de conteúdo de rádio e TV capaz de cobrir todas as faixas de frequência disponíveis atualmente no Brasil, apresentou o projeto pela primeira vez ao público também durante a sessão de abertura.

“A solução desenvolvida permite capturar os sinais de radiodifusão, transmitidos por diferentes emissoras de rádio e TV, demodular a informação contida neles, recuperar o conteúdo de áudio e vídeo e disponibilizar tudo para análise”, explica André Pereira, Gerente de Marketing Técnico da National Instruments. Ele também fez uma apresentação sobre a plataforma de projeto gráfico de sistemas e mostrou o que há de novo no LabVIEW 2013.

Segundo André, esse vento é uma reprodução do NIWeek, como é feito em 48 países e o do Brasil é o maior NIDays das Américas – eventos semelhantes acontecem no Chile, na Colômbia, no México e mesmo nos EUA, em quatro cidades. “No NIWeek comparecem cerca de quatro mil pessoas; chegamos aqui a um bom número, mais de mil inscritos, quase todos presentes. Se o evento crescer mais, vamos precisar estendê-lo para mais um dia ou realizá-lo em várias cidades, como no início, que visitávamos São Paulo, Rio, Curitiba e BH.

O executivo garante que a mensagem que se ouve no Brasil é a mesma que em qualquer NIDays, porque a empresa e a mensagem são uma só. “Seguimos uma linha para mostrar que queremos equipar o engenheiro e o cientista para serem mais produtivos – são eles que alavancam as tecnologias e consequentemente a economia. O Brasil está num momento bacana que vem do Brasil Maior, dos programas Inovar Auto, Inovar Energia... São iniciativas importantes para o país sair de uma economia focada em commodity e se transformar em lugar de pesquisa e desenvolvimento”.

A National Instruments acredita que é preciso inspirar novos engenheiros e as novas gerações – que já têm muita habilidade com as tecnologias mas não conseguem aplica-las de forma mais focada, num ambiente de Big Data, onde há cada vez mais informação. “Somos uma empresa baseada em software sim mas o termo que registramos Big Analog Data é mais amplo que isso. Estruturalmente as empresas não estão preparadas para crescer e as diversas vertentes de tecnologias ainda não se casam harmoniosamente. Se olharmos uma montadora, setor onde o Brasil já tem boa credibilidade em desenvolvimento, possui bons engenheiros, muita informação de design, de parte elétrica, de motor, eletrônica, e cada área de engenharia está pensando sobre o mesmo carro. Mas aí acontece de precisarem trocar informações, precisam de TI. Surge um problema porque o pessoal de TI está lá para cuidar de outro tipo de informação. Um carro testado num campo de provas tem centenas de sensores plugados registrando tudo e toda essa informação é descarregada num computador que está na mesma rede da empresa. Então não existe muito consenso de que a engenharia precisa de uma rede potente e própria porque o PC industrial é só para o teste e chão de fábrica; para análise, utiliza-se um PC normal. Então, um compactRIO nada mais é que um PC, uma plataforma de controle e aquisição robusta, integrada ou não na rede da empresa. A integração ainda é difícil porque os dispositivos do chão de fábrica são PCs, com outra cara e a TI ainda não enxerga isso muito bem”, conta André Pereira.

Some-se a isso o fato de que nem sempre o usuário entende o alcance do Big Data, que não é só o que aparece na capa da revista. Esse novo conceito está entranhado em questões como descobrir o balanço ótimo pra distribuição de energia numa cidade? Qual é o perfil de consumo de um bairro ou no inverno? É muito mais informação e o que se pode fazer com ela.

A NI também tá falando muito de indústria 4.0, que está interligado com Big Data, Internet of Things, e outras coisas, que melhoram e otimizam diversos processos – não apenas industriais. Isso é muito usado já na emulação de processos de manufatura e no seu relatório de tendências tecnológicas a NI fala desses conceitos sob o nome de Cyber Phisical Systems. Esse aumento de PCs e muitas outras coisas programáveis existe há um tempo mas só agora se está entendendo o que fazer com isso: investir em educação se torna básico e premente, como a Coreia, que realizou um ciclo de investimento de 25 anos em educação para chegar onde está, enquanto no Brasil existem escolas sem cadeira ainda.

Então, qual seria a percepção de existir tecnologia de ponta num país como o Brasil? Para André Pereira, até por ter mais gaps, o país pode absorver muita tecnologia desde que o modelo apoie essa vontade de crescer. “A National Instruments é uma empresa com foco, com uma visão que nos leva a agir apesar ou principalmente quando existem crises. Somos uma empresa que faz plataformas para inovação e, se a gente parar, está indo contra nosso core business e nossas crenças. O Brasil é um terreno fértil para inovação.”

Sempre se pensa na NI no setor automotivo e no espacial porque eles tem razões muito óbvias para usar. Mas a área de Telecomunicações tem se mostrado um campo fértil para inovação através do uso do LabVIEW. A Anatel esteve no NIDays para mostrar a necessidade de maior monitoramento e controle de qualidade das bandas de sinais. Dezenas de estações fixas e móveis para monitoração e fiscalização foram implantadas, principalmente ao redor dos estádios para a Copa. Tudo numa plataforma aberta e reconfigurável (o PXI) para assegurar segurança pública, melhoria de 3G e 4G, necessidades de mercado para RFID. Hoje, todos os dados da radiovideometria podem ser coletados e analisados rapidamente. Então, com a tecnologia LabVIEW pode-se fiscalizar anúncios em TVs, rádios, etc. E essa fiscalização é tanto para o órgão regulador quanto para o anunciante. Na indústria de petróleo, por exemplo, o grande mercado para o LabVIEW é auxiliar nos desafios do Pré Sal que demandam mais informação, mais sensores, mais sistemas de medição, mais simuladores.

No encerramento, o vice-presidente de Pesquisa Científica e do Programa Lead User da National Instruments Corporation, Stefano Concezzi, falou sobre o Big Analog Data aplicado aos desafios da engenheira. O conceito foi explicado através de alguns exemplos como as aplicações de teste e medição, engenheiros e cientistas podem coletar grandes quantidades de dados a cada segundo durante todos os dias. Ou, para cada segundo que o Grande Colisor de Hádrons, no CERN, executa um experimento, os instrumentos são capazes de gerar 40 terabytes de dados. E ainda, para cada 30 minutos em que a turbina a jato de um Boeing fica em funcionamento, o sistema gera 10 terabytes de informações sobre a operação. Mas a National Instruments cunhou um termo ainda mais abrangente, o Big Analog Data, definido através da combinação de cinco fatores: Volume de dados; Variedade de dados, sistemas e estruturas envolvidas; Velocidade; Valor que os dados podem agregar; Visibilidade, ou seja, o acesso de múltiplas informações em diferentes plataformas em qualquer lugar.

“Nossa plataforma de desenvolvimento que integra tudo é o LabVIEW mas posso desenvolver um programa em linguagem C e acessar o hardware; o usuário pode usar o LabVIEW com a linguagem que está acostumado e incorporar esses códigos. O LabVIEWtambém é uma plataforma de mediação entre hardwares e softwares e possibilita a utilização de tudo que já se tem”, finaliza André.

 

 
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