Revista Controle & Instrumentação Edição nº 242 2018
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Para investir, é preciso observar algumas regras. E
a primeira delas é se irá haver demanda. Se existe
um cenário que tem demanda, a empresa irá pensar
em aumentar a produção, e pode programar novos
investimentos. Mas, aí é preciso verificar se terá retorno,
ou seja, se o investimento se paga. Tem que comparar
o ROIC, retorno sobre o capital investido com o
custo do dinheiro para ver se é melhor investir
ou fazer aplicações financeiras. Portanto, para
investir, é preciso ter demanda, ter retorno e
ter capital; esse capital pode ser próprio ou
vir de financiamento e, nesse caso, os juros
do empréstimo têm de ser menores do que o
retorno previsto. Esses são os condicionantes
que valem para todos que pensam em investir
– desde uma padaria, até uma multinacional. |
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Mário Bernardini, assessor da presidência da Abimaq
– Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
–, lembra que existe também o investimento de
reposição, ou modernização, como uma troca de um equipamento
já muito defasado, sem condições de manutenção,
onde não investir pode até mesmo parar a produção.
“São investimentos mais modestos do que uma fábrica nova
ou uma expansão, e incluem também a troca de um equipamento
com custo muito elevado de manutenção, ou alto
consumo de energia, pouca segurança, etc. – aqui o foco é a
redução de custos, onde também se encaixam novos
softwares para melhor gestão, melhorias em layout,
bem como investimentos para aumento
de qualidade. Nesses casos, a demanda não
é mandatória, e o retorno sobre o capital já
está praticamente garantido pela redução de
custos que esses investimentos possibilitam.
Assim, as primeiras hipóteses são válidas
para analisar investimentos que visem a um aumento
de produção, ou uma planta nova, enquanto,
no segundo caso, quando um investimento é para
reduzir custos, mão-de-obra e melhorar a qualidade, o ROIC,
embora ainda importante, não é a preocupação maior.
“No Brasil atual, onde não há um cenário de retomada de demanda no curto prazo, os investimentos estão se
concentrando em modernização ou reposição. São investimentos
necessários para se manter no mercado. O que
vemos, hoje, é que o grosso dos investimentos no Brasil
não são para greenfields ou ampliações, com algumas raras
exceções, como como o setor de máquinas agrícolas, que
está indo bem há alguns anos. Tem de levar em conta que
a demanda de máquinas e equipamentos, no Brasil, hoje, é
60% do que já foi em 2014. Portanto não é a demanda que
está puxando os investimentos, atualmente. Para efeito de
comparação, o setor fabricante de BKs que, historicamente,
investia de de R$ 6 a 8 bilhões anualmente, hoje está investindo
de R$ 2 a 3 bilhões, concentrados, basicamente, em
modernização e substituição”, conta Bernardini. |
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É importante lembrar que, quando se investe, leva-se
em conta um prazo para o retorno. A amortização de um
equipamento, normalmente, demora de 5 a 10 anos, e
o investimento precisa se pagar nesse período. Esse prazo
de amortização depende do tipo de investimento: um
computador fica obsoleto em pouco tempo, como dois
ou três anos, enquanto um edifício leva décadas.
Quando se investe, se estabelece um prazo para o
retorno. A amortização de um equipamento, normalmente,
acontece de 5 a 10 anos, e o investimento precisa se
pagar nesse período. E isso depende do investimento: um
computador fica obsoleto em pouco tempo, um ou dois
anos; um edifício ou uma planta industrial leva décadas.
Até o World Economic Forum sabe: no Brasil, onde os
custos de mão-de-obra associados à baixa produtividade são
fatores que desgastam a competitividade, é essencial manter
alta qualidade e conhecimento técnico. Ou seja, é preciso
investimento – público e privado. Muito investimento.
A indústria vem buscando oportunidades para melhorar
seu desempenho, ainda que aquém do necessário. Essa
busca deve se ater à lucratividade geral da planta, e a lista de
projetos propostos é grande, em todas as indústrias, mas os
recursos disponíveis para investimento são limitados, e cada
centavo deve fornecer um retorno financeiro adequado.
Douglas C. White, consultor da Emerson Automation
Solutions, vem, há muito tempo, lembrando que, para aprovar
um projeto, o primeiro passo é examinar a planta como
um ativo financeiro – que consome dinheiro e produz dinheiro,
e espera-se que produza mais do que é consumido.
Os principais componentes monetários, simplificando: |
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Há muitas maneiras de avaliar o desempenho financeiro
de um projeto, mas a mais utilizada é o retorno sobre
o capital investido (ROIC), que se correlaciona com
o desempenho do mercado de ações no longo prazo. E,
para aumentar o ROIC, o capital deve ser reduzido, ou
o lucro aumentado – de preferência, ambos ao mesmo
tempo. Quando um projeto é considerado, todas as possíveis
áreas de poupança e ganhos devem ser avaliadas. |
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Em princípio, pode parecer simples saber se um
investimento está dando retorno, mas muitas vezes as
equipes têm dificuldade em acompanhar as mudanças
da tecnologia. E levar em consideração a obsolescência
das tecnologias, hardwares e softwares de um projeto é
obrigatório e, ainda que ter a tecnologia mais recente
não seja uma justificativa válida, insistir em tecnologias
ultrapassadas enquanto a concorrência já trabalha com a
última geração pode se mostrar uma grande desvantagem
competitiva – e por isso não é fácil mostrar o “pulo do
gato” de alguns projetos.
Claro, existem benefícios financeiros óbvios, como a
automação reduzir custos trabalhistas, e eliminar funções repetitivas,
além de realizá-las com mais agilidade, segurança
e precisão. Mas, muitos benefícios só são visíveis e mensuráveis
no decorrer do processo, como a melhoria de índices,
como satisfação do cliente, agilidade dos processos, acesso
às informações, melhoria nas previsões e análises, etc.
É importante investir, mas de forma geral, a simples
implantação de uma tecnologia, por si só, não é capaz de
gerar ganhos; é necessário que ela proporcione resultados
efetivos, que esteja integrada às estratégias de negócio,
associada a um objetivo organizacional.
Ser um projeto escolhido é a primeira vitória, mas aumenta
a responsabilidade, já que é hora de mostrar a que
se veio... É sempre mais que um produto, uma tecnologia,
uma pessoa. É o encaixe perfeito disso tudo, e mais.
Por isso, a Controle & Instrumentação resolveu honrar
esses times porque, apesar de ser muito bom ter um
produto “TOP #”, entregar resultados é o que vale. Por
quatro meses, perguntamos, nas redes sociais, quais projetos
deveriam ser homenageados, com nome do usuário/
empresa e descrição do projeto. Muitos votos foram
descartados, porque ainda apontavam uma marca ou um
fornecedor. Nem todos os setores receberam indicações.
Nem todos os indicados se encontravam em condições
de contar um pouco mais sobre o projeto apontado – seja
porque ainda estava em desenvolvimento, seja porque
o tempo de implantação ainda não gerava números suficientes,
muito porque descrevê-los seria falar de uma
parte sensível ao negócio.
Caso da fábrica de cápsulas Nescafé Dolce Gusto,
de Montes Claros/MG, operada dentro do conceito de
‘‘Resíduo Zero’’ – nenhum resíduo é enviado a aterros;
a água utilizada nos processos é recirculada, até a evaporação
completa; onde os resíduos da limpeza do café
vão para compostagem, e sobras de matérias-primas de
cápsulas e embalagens são recicladas, ou usadas para a
geração de energia em outras indústrias.
Em 2018, a Nescafé Dolce Gusto lançou um sistema
inédito no mercado brasileiro de personalização de caixas
de cápsulas – desde novembro, o consumidor pode montar
a caixa do seu jeito, combinando entre os mais de 20
sabores existentes. Essa é a primeira vez que Dolce Gusto
faz personalização de caixas pelo seu e-commerce. E a
máquina que faz a escolha das cápsulas foi toda desenvolvida
no Brasil.
Ao fazer o pedido da caixa “DO SEU JEITO”, podese
nomeá-la e salvar sua composição no perfil do cliente,
no site, facilitando compras futuras. Para isso, foi criada
uma linha robotizada, que monta uma caixa com qualquer
combinação de cápsulas entre os 20, a cada 10 segundos.
A própria caixa é etiquetada, sem ser necessário
a tradicional caixa de papelão para o envio, reduzindo
assim impactos ambientais e lixo na casa do consumidor,
e eliminando caixas intermediárias para empilhamento,
diferentemente das caixas tradicionais de 16 cápsulas. |
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O destaque ficou para a expansão da fábrica e a
gestão de utilidades: imagine a beleza e a precisão de
um sistema que cuida para que cerca de 90% da água
utilizada na produção das cápsulas tenha como origem
o volume extraído durante o processamento de leite na
fábrica de Leite Moça, localizada no mesmo site. Ponto
também para o sistema de torrefação supereficiente no
consumo de energia, com emissões atmosféricas 70%
menores que nos sistemas convencionais, com os mais
baixos níveis de emissão de gases, partículas e odores. A
fábrica de Montes Claros é uma das quatro no mundo a
produzir as cápsulas, é das mais avançadas tecnologicamente,
e de maior capacidade. Todas as ações da planta
estão alinhadas ao conceito de Criação de Valor Compartilhado,
que norteia a atuação da Nestlé nos países
onde está presente.
A indústria automobilística implanta tecnologias disruptivas
sempre antes das outras. E a fábrica de São Bernardo/
SP de uma grande montadora não fugiu à regra:
teve destacado seu sistema de solda a laser por robôs,
integrada à movimentação por AGVs, com capacidade
de produzir até 25 mil cabinas por ano, de 19 modelos
diferentes.
AVG é qualquer veículo que navegue de forma autônoma
no chão-de-fábrica. Podem tomar a forma de uma
empilhadeira ou de outro veículo, pois, é uma plataforma
dedicada ao processo do usuário.
Esses veículos possuem sensores que seguem alguma
referência – pode ser uma fita no chão, de uma cor específica,
já que eles “vêem” contrastes, ou uma fita magnética,
ou um cabo indutivo embutido no piso, ou, ainda,
de outro modelo, orientado por espelhos que os sensores
vão varrendo para fazer a triangulação. A comunicação
depende do ambiente disponibilizado. E não existe a necessidade
de uma nuvem para guiar os AGVs, porque ele
é, de fato, autônomo – ele mesmo se orienta e navega
pela rota determinada, com os sensores de navegação e
de segurança embutidos. A escolha dos sensores é determinada
por resoluções normativas de segurança e redundância.
Com uma frota de AVGs, eles são conectados a uma
rede wireless convencional e ao software central – que
envia os serviços, e faz o controle de tráfego, determinando
o quê levar, aonde, por qual rota, e evitando “congestionamentos”
e batidas.
A solução de mobilidade autônoma para o chão-defábrica
pode ser aplicada a uma planta nova ou antiga,
porque pode ser utilizada a infraestrutura que o usuário já
tenha, ou pode ser instalada uma infraestrutura dedicada
para esse sistema. |
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Dependendo da tecnologia de navegação, quando
há sistema óptico é utilizado um código de barra; no sistema
indutivo, usa-se RFID no piso; em um sistema a laser,
o AGV navega usando a triangulação de espelhos e as
paradas são meramente pontos virtuais. A Scania possui
vários sistemas e o mais recentemente é uma linha com
AVGs em formato de plataformas para montagem de cabinas
e também em um carrossel, na linha de montagem
de painéis – nesse caso, o veículo é denominado de RVG
e corre em um trilho.
Dentro do AVG a arquitetura determinou um PC Industrial
– para garantir capacidade de lidar com todas as
variáveis do tráfego de dados e possibilitar expansões de
escopo de forma tranquila. O uso de PCs ao invés de
PLCs é obrigatória no caso da navegação a laser já que os
algoritmos são pesados.
Participante importante no time desse projeto, a Sinova
– que tem 14 anos e, desde 2008 desenvolve seus
próprios produtos, hoje 100% tecnologia nacional – pode
fornecer AVGs que suportem 500 kg, uma tonelada ou
30 toneladas, dependendo do tipo de peça, espaço e
movimentação que o usuário precise. Sua área de engenharia
desenvolve tecnologias de navegação e soluções
para AVGs, tudo customizado, adequado ao cliente e ao
trabalho a ser realizado.
Os desafios com os quais os líderes de negócios
se deparam podem ser enfrentados graças às tecnologias.
Mas, como ressalta a Consultoria Bain & Company,
igualmente importantes são as formas –às vezes surpreendentes
– que as pessoas interagem com a tecnologia.
Porque a transformação necessária hoje envolve tecnologia
e pessoas, inovação e interrupção, ataques e defesas
em medidas iguais: a tecnologia tornou possível
combinar motoristas e passageiros de forma eficiente,
barata e em grande escala, mas foi a aceitação do serviço
por parte dos clientes, sua disposição de entrar no
carro de estranhos, o que permitiu que empresas como
Uber e Didi Chuxing redefinissem o transporte. Ou seja,
os resultados dependem, sim, das tecnologias, mas só
são alcançados com o envolvimento das pessoas – que
projetam, que constroem, que utilizam. De forma inovadora
e cada vez mais sustentável.
Sustentabilidade e inovação são forças que caminham
juntas também na estratégia da Basf, e foi sob essa
ótica que a empresa desenvolveu o projeto Triple E – Excelência
em Eficiência Energética –, cujo objetivo é aumentar
a competitividade da Basf por meio da maior eficiência
energética, promover a melhoria sustentável dos
custos de energia, e a redução de impactos ambientais.
Em função desse projeto, a Basf recebeu a certificação
internacional ISO 50001 em todas as unidades produtivas
do Complexo Químico de Guaratinguetá, incluindo
as áreas de infraestrutura e logística, o que indica que
a companhia melhorou significativamente seu desempenho
energético, incluindo a eficiência, uso e consumo.
A ISO 50001 auxilia as empresas a estabelecerem
práticas mais eficientes e modernas em relação à gestão
energética, e é uma das mais importantes do segmento
energético.
Algumas iniciativas simples fazem parte desse projeto,
como a troca de luminárias para LED, a adequação
de equipamentos de ar-condicionado nas salas, de acordo
com o tamanho e número de pessoas que trabalham
no local, a utilização de energia solar para aquecimento
de água utilizada nos banhos dos vestiários e a otimização
do sistema de bombas de água. Mas, isso vai mais além:
já foram implementadas medidas, como a otimização de
sistemas de águas de resfriamento, e a instalação de novos
trocadores de calor, que reduzem perdas de água e consumo
de energia, como o gás natural para geração de vapor
e a instalação de termocompressor (ejetor) para aumento
da demanda da vazão de vapor da linha de baixa pressão.
Também foram feitas a adequação no retorno de condensado
para caldeira de vapor, a otimização de sistemas de
exaustão, o automatismo de válvulas, e a otimização de
sistemas de bombeamento. Com o projeto, 118 iniciativas
foram aprovadas para melhorar a eficiência energética,
e haverá economia de R$ 12,8 milhões nos custos, e redução
de 6.900 toneladas/ano de emissão gases CO2eq,
assim que todas forem implementadas. A diminuição do
gasto energético com o projeto Triple E corresponde ao
consumo de 22,8 mil residências em um ano.
O Triple E teve início no Complexo de Guaratinguetá,
interior paulista, em dezembro de 2015, em parceria com
a Universidade Estadual Paulista (Unesp), e também está
sendo aplicado nas unidades Demarchi, Jacareí, Indaiatuba
e Camaçari, no Brasil, em General
Lagos, na Argentina, e em Concón,
no Chile. No total, 368 oportunidades
de melhorias foram identificadas
nas localidades, desde o
início do projeto. |
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Santiago Pavão, coordenador
de projetos de eficiência
energética na Basf, conta que a
estratégia de sustentabilidade da companhia é desdobrada em metas arrojadas, que envolvem,
desde a avaliação de fornecedores em aspectos
sociais e ambientais, até o uso eficiente de recursos naturais.
Entre elas, está o aumento da eficiência energética
das unidades da América do Sul em 7%, até 2025 – somente
na unidade de Guaratinguetá, foi observada uma
melhora de 6,4% de eficiência energética, entre 2016 e
2017, com a introdução do projeto Triple E –, e a introdução
de sistema de gestão de energias nas unidades
produtivas que, juntas, representam 90% da demanda
de energia primária global da Basf. Quanto à redução de
emissões de GEE, a Basf alcançou globalmente 35,5%, até
o final de 2017.
“O Triple E é uma das iniciativas que temos nessa
área. Além deste projeto, há mais de 10 anos, a Fundação
Espaço ECO, uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público), atua como consultoria em sustentabilidade,
estimulando a melhoria contínua e inovação de
processos e produtos, por meio da aplicação de metodologias
que medem os impactos econômicos,
ambientais e sociais, com base no conceito de
Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). Outra iniciativa
é o Demarchi+Ecoeficiente, desenvolvido
no Complexo Industrial de Tintas e Vernizes
da BASF, em São Bernardo do Campo/SP, com
a proposta de medir e otimizar os processos
de produção de tinta, com foco na melhoria
contínua, e na implementação de uma gestão
cada vez mais ecoeficiente. O programa
já evitou a emissão de 963 toneladas de CO2
na atmosfera, o equivalente a 18 voltas com
um caminhão ao redor da Terra, e contribuiu
para reduzir o consumo de energia elétrica em
15%, entre 2010 e 2016. Nosso foco é criar
soluções mais inovadoras, que contribuem
de forma significativa para a sustentabilidade
em toda a cadeia de valor. Prova disso é que
analisamos o ciclo de vida de mais de 60 mil
das nossas aplicações e, atualmente, 27,3% de
nosso portfólio é composto por produtos que
contribuem substancialmente para a sustentabilidade
na cadeia de valor – o que também
é uma demanda cada vez mais crescente de
nossos clientes. Cerca de 60% dos nossos investimentos
em pesquisa é direcionado a produtos
que potencializam a sustentabilidade na
cadeia de valor, e queremos gerar cerca de
22 bilhões em vendas com estes produtos, em
2025”, relata Santiago. |
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Tecnologia é fundamental também para
conservar recursos naturais, e suprir as necessidades
de alimentos da crescente população
mundial. E, a partir disso, surge o conceito de
agro digital, com destaque para tecnologia de
modelos analíticos, que tem amplo potencial
de uso na agricultura, e capacidade de agregar
alto valor às operações no campo. Essa tecnologia utiliza
softwares para combinar e interpretar grandes volumes
de dados armazenados na nuvem, ajudando no planejamento
e tomada de decisão. E, entre os diversos recursos
tecnológicos a que produtores rurais vêm aderindo, o uso
de imagens – de satélite ou de drones – é a face mais visível.
Amplamente utilizada em outros setores, a telemetria
aplicada ao agronegócio possibilita a coleta e análise
em tempo real de parâmetros relevantes para a produtividade,
como velocidade ideal para colher, tempo de
máquina ligada, consumo de combustível, distâncias percorridas,
entre outros. Esse recurso tecnológico permite
otimizar o uso dos equipamentos, aumentar a segurança
dos operadores e a qualidade final de produtos agrícolas.
A Monsanto, através de seu braço de agricultura digital
– Climate –, faz uso da telemetria onde a temperatura
é um parâmetro importante para o estudo da qualidade
das sementes – a telemetria ajuda a conseguir sementes
com alta qualidade, via controle da temperatura dos caminhões, onde é depositado o milho colhido, que será
beneficiado para ser transformado em semente. Também
a colheita de algodão pode ser mapeada digitalmente
pela plataforma Climate FieldView. A
ferramenta de diagnóstico FieldView fornece
imagens de satélite das áreas cadastradas. |
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A empresa anunciou também sete novas
empresas parceiras à plataforma, para entregar
mais soluções aos agricultores. Os
avanços da plataforma e a inclusão de parceiros
reforça a posição da Climate FieldView
como ferramenta digital flexível e plataforma
amplamente conectada da indústria.
A Plataforma ajuda a visualização e análise dos dados
durante as safras e, com a inclusão de novos parceiros,
os agricultores passarão a ter ainda mais ferramentas
para gerenciar de forma eficiente suas operações e maximizar
sua produtividade, porque a plataforma Climate
FieldView somará, às imagens de satélites, o mapeamento
digital das operações de colheita.
As imagens de drones são diferentes das de satélites,
e a integração de ambas, sua comparação e análise, aumentarão
a precisão dos modelos usados.
Projetos vencedores parecem estar intimamente ligados
à sustentabilidade e segurança, como o projeto da
Cenibra, que utiliza os conceitos de Big Data e Analytics
nas operações florestais da colheita, com foco na melhoria
dos resultados das operações florestais. As máquinas de
colheita florestal já estão conectadas ao sistema de gestão
corporativa (IoT), e foram criados indicadores de performance
para o acompanhamento dos dados de operação
em tempo real, o que possibilitou a redução dos custos
das operações florestais. |
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Com o acompanhamento dinâmico das operações
florestais através de Business Intelligence, foi possível reduzir
o consumo de combustível, melhorar a eficiência operacional
das máquinas, e aumentar sua disponibilidade.
Ronaldo Ribeiro, gerente do Departamento
Técnico de Informática e Telecom da Cenibra,
explica que os dados coletados nas operações
florestais têm impacto direto em todas as operações
que envolvem o processo de produção
da celulose, pois, dentre as várias informações
coletadas – tais como localização das máquinas
florestais, operadores e operações realizadas,
consumos, abastecimentos e indicações dos
horímetros –, estão as informações de produção dos
equipamentos responsáveis por formar o estoque de madeira
em m³ que será consumido na fábrica para a fabricação
da celulose. Vale lembrar que, hoje, nem toda floresta
das empresas de celulose e papel é própria. |
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Com o projeto, as máquinas de colheita florestal foram
conectadas, via satélite, ao sistema de gestão corporativo
de forma dinâmica. Há uma consistência entre os
dados de operação da central eletrônica da máquina de
colheita com os procedimentos operacionais lançados pelo
operador da mesma, isto permite que somente seja apontado
pelo operador o que realmente está acontecendo na
operação. E informações importantes para gestão da colheita
são transmitidas instantaneamente: tempo de motor
ligado, disponibilidade mecânica, eficiência operacional,
paradas operacionais, paradas mecânicas, volume de madeira
cortada, localização da máquina, entre outras.
Como os dados foram conectados ao sistema de
gestão corporativa usando as tecnologias de mobilidade,
sensores, satélite e nuvem, com o uso de uma ferramenta
de BI foram desenvolvidos indicadores que facilitam
enormemente a gestão das operações de colheita florestal – indicadores como mapa de produção dos grupos de
máquinas, estoque de madeira, produção de madeira
no campo, DM (%), EO (%), produtividade das máquinas
(m³/ha) e outros. |
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Ronaldo conta que, com o acompanhamento dinâmico
das operações florestais de colheita, pelo uso
da Business Intelligence, foi possível reduzir em 14,29%
o consumo de combustível das máquinas de colheita;
melhorar a eficiência operacional em 1%; aumentar a
disponibilidade da máquina; redução do tempo de digitação
dos BAEs (boletins de apontamentos eletrônicos)
anteriormente em papel; disponibilizar os dados
aos gestores com maior rapidez (antes os apontamentos
ocorriam D – 1 e D – 3 nos finais de semana, agora é online);
melhorar a integridade dos dados (antes algumas
paradas das máquinas não eram apontadas); melhorar
a qualidade e confiabilidade dos dados (antes o operador
informava o horário de início e fim da parada, hoje
a informação é coletada através de sensores instalados
nas máquinas); melhorar a disponibilidade e satisfação
do operador das máquinas (antes havia necessidade de
preencher os BAEs ao final do turno, agora é 100% automático);
melhorar a disponibilidade e satisfação dos
técnicos administrativos (antes havia a necessidade de
digitar manualmente os boletins de produção,
hoje apenas conferência). |
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“A partir de agora, as ferramentas
adotadas permitirão uma gestão focada e
análise de dados, e ainda a aplicação de
novas tecnologias de Inteligência Artificial
e Machine Learning. Ainda não quantificamos
os impactos ambientais, porém, com
a melhoria do rendimento das máquinas
trazida pelo novo sistema, há a redução do
tempo de motor ligado, e consequente redução
das emissões de monóxido de carbono
para a atmosfera”, conta Ronaldo.
Esse projeto foi dividido em três etapas;
a primeira foi em 2017, com a conectividades
das máquinas florestais ao sistema
de gestão corporativa (IoT); a segunda fase em 2018.
com o uso de BI e Analytics; e a terceira, planejada para
a sequência com o uso de IA (inteligência Artificial) e ML
(Machine Learning).
Os líderes sabem que o desafio está em fazer pessoas,
tecnologias capacitadoras e disruptivas – Internet das
Coisas, inteligência artificial, realidade aumentada – trabalharem
juntas, mesmo com suas diferentes aplicações e
impactos. Isso adiciona complexidade e, às vezes, frustração
no topo das empresas, porque não existe garantia de
que os projetos realmente se adequarão às necessidades
presentes e futuras. Daí que o time entrosado e inovador
ganha importância, porque os inovadores têm o dom
de construir seus negócios, se concentrando em soluções
criativas que impressionam – clientes e mercado. |
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