Revista Controle & Instrumentação Edição nº 225 2017
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Cover Page
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Paineis, Fios e Cabos
visão geral básica |
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Um robô industrial é um manipulador projetado
para mover materiais, peças e ferramentas e realizar
tarefas programadas em diversas configurações
de produção; são automatizados, programáveis e
capazes de se movimentar em vários eixos. Para muitos,
um robô industrial é um braço robotizado e classificado
de acordo com o tipo de movimento (graus de liberdade),
aplicação (processo de fabricação), arquitetura (serial ou
paralela) ou marca. Ou ainda pelo novo qualificador, colaborativos
ou não. |
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Analisando como os robôs mudarão o espaço de produção,
a IDC publicou recentemente um relatório sobre o
futuro deste mercado, (IDC FutureScape: Worldwide Robotics
2017 Predictions) que descreve mudanças nos modelos
de negócios, na paisagem competitiva, regulamentos,
talentos e casos de uso, todos impulsionados por avanços
tecnológicos em inteligência artificial, visão computacional,
navegação, tecnologias de sensores e semicondutores.
A IDC prevê que grande parte do crescimento do
robô acontecerá fora do tradicional chão de fábrica, indicando
que 35% das principais organizações em logística,
saúde, serviços públicos e recursos explorarão o uso de
robôs para automatizar as operações até 2019.
As outras dez principais previsões incluem o fato de
que 30% das organizações utilizarão o Robô como Serviço
para redução dos custos de utilização; em 2020, as
empresas terão uma maior escolha de fornecedores, já
que novos players entrarão no mercado de tecnologia de informação e comunicação de US$ 80 bilhões para
apoiar a implantação de robótica; 35% dos empregos
que demandarem conhecimento de robótica não serão
preenchidos enquanto o salário médio desse nicho aumentará
60%; mas a robótica enfrentará a regulação – até
para preservar empregos e abordar preocupações de segurança,
privacidade e segurança. |
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O estudo também prevê o Robô Definido por Software
já que em 2020 60% dos robôs dependerão de
softwares baseados em nuvem para definir novas habilidades,
capacidades cognitivas e programas de aplicação,
levando à formação de um mercado de nuvem robótica.
A IDC aposta também que até 2019, 35% das principais
empresas de logística, saúde, serviços públicos e
recursos explorarão o uso de robôs para automatizar suas
operações e que ainda em 2018, 45% das 200 principais
empresas mundiais de e-commerce e comércio de
omni-channel implementarão sistemas robóticos em suas
operações de entrega.
De qualquer forma, 2016 viu crescerem as ordens e
remessas de robôs em aproximadamente 10% sobre os números
de 2015, com algumas aplicações aumentando muito
sua automação: as aplicações em montagens cresceram
61%; as encomendas para o setor de alimentos e bebidas
subiram 32%; a aplicação de solda por ponto robotizada
cresceu 32%; e o setor automotivo, tradicional usuário de
robótica, aumentou em 17% suas encomendas.
É um fato. Robôs estão se tornando comuns e são
quatro as principais forças que impulsionam esta tendência:
aumento de produtividade, trabalho colaborativo,
soluções de longo prazo e custos. Mas a força mais impactante
por trás do crescimento da robótica é o aumento
significativo da produtividade que os robôs proporcionam
– eles são mais rápidos, mais precisos e geram menos desperdício
do que os trabalhadores, têm altos níveis de repetibilidade
com qualidade e podem lidar com processos de
inspeção e montagem em um volume e ritmo mais altos do
que os humanos. Então, embora o investimento inicial seja
alto, os robôs oferecem ótimo retorno sobre investimento
ao mesmo tempo que aumentam a produção. Robôs e a
formação de pessoal para lidar com eles geram investimentos significativos, mas – ao que parece – as empresas estão
dispostas a realizá-los para se manterem competitivas.
Acrescente-se a isso o fato de que os robôs estão se
tornando cada vez mais colaborativos e até um relatório
de 2016 - divulgado pela Casa Branca - intitulado “Inteligência
Artificial, Automação e Economia”, mostrou que
a produção aumenta mais quando seres humanos trabalham
em colaboração com robôs. |
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Ásia e Europa são as principais regiões de crescimento
e também sede dos principais players do setor como
ABB, Fanuc, Kuka, Kawasaki e Yaskawa. Ainda que o mundo
ainda sofra com a crise econômica, uma retomada é
esperada para breve. E a demanda por robótica já chega a
áreas não convencionais como a microeletrônica e o setor
de engenharia pesada, por exemplo. Um levantamento
considerando robôs articulados, cilíndricos, tipo SCARA,
robôs cartesianos e outros mostrou que o segmento de
robôs articulados alcançou principal participação no mercado
global em 2012, devido ao seu uso nos setores de
embalagens e saúde das economias emergentes; os robôs
cilíndricos, personalizados e remodelados vêm aumentando
sua participação.
Robôs industriais são usados ????em várias indústrias,
como automóveis, elétricos e eletrônicos, química, borracha
e plásticos, máquinas, metais, alimentos e bebidas,
precisão, óptica etc. A indústria automotiva é o maior e
mais tradicional usuário final de robôs industriais; o setor de alimentos e bebidas deve registrar a maior taxa de
crescimento num futuro próximo. Outros segmentos que
vêm implementando robótica de maneira crescente é o
de solda, manuseio de materiais, pintura e dispensação,
moagem e corte. Inovações como a adoção de não-materiais
para impressão 3-D avançada apresentam um potencial
lucrativo para os próximos anos. |
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O Relatório de Mercado de Robótica Industrial, publicado
pela Allied Market Research, avaliou o mercado
global de robótica industrial em US $ 27 milhões em
2012, com previsão para atingir US $ 41 bilhões até 2020,
crescendo a um CAGR de 5,4% de 2013 a 2020. O segmento
de robôs articulados representou US $ 13 bilhões
em 2012 no mercado de robótica industrial, no entanto,
os robôs cilíndricos e outros tipos como personalizados e
reformados, devem crescer a um ritmo significativo devido
ao aumento da procura nos setores industriais da região
Ásia-Pacífico - os cilíndricos e outros devem crescer
a CAGRs de 6,5% e 7,5%, respectivamente, durante o
período apresentado. |
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A agricultura é a mais antiga e importante atividade
da humanidade e tem o dever de se preparar para
atender uma população mundial que pode chegar a
9 bilhões até 2050. Dada a limitação dos recursos de
terra, água e mão-de-obra, a eficiência da produtividade
agrícola deve aumentar em 25% para atingir esse
objetivo, já contando as limitações ambientais. Aí entram
a robótica e a automação e de fato, nos últimos
vinte anos, a agricultura vem implementando técnicas
de precisão como GPS e tratores e colheitadeiras
auto-guiados e colheitadeiras além de automatizarem
operações de poda, desbaste e colheita, corte, pulverização
e remoção de ervas daninhas; plataformas robóticas
mostraram ser duas vezes mais eficientes que se os trabalhadores utilizassem escadas; já existem sensores
e sistemas de controle para gestão integrada de
pragas e doenças. Tanto que existe um comitê técnico
para promover a pesquisa, desenvolvimento, inovação
e padronização de robótica e automação com vistas a
serem utilizados para uma produção agrícola segura,
eficiente e econômica – o RAS Robótica Agrícola e Automação
(AgRA) no IEEE.
Energia, Meio Ambiente e Segurança
Existe uma necessidade crescente de robótica móvel
devido as restrições ambientais e de segurança. Neste tipo de
aplicação, um aspecto fundamental é se a energia disponível
para o robô é adequada para uma missão bem sucedida.
Por exemplo, considerando uma missão de monitoramento
usando um robô móvel, com uma duração que pode ir de
meses para anos, seria possível um sistema de armazenamento
de energia para acomodar a energia total necessária
para realizar a missão? É algo em que se trabalha ainda. |
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Em 1962, a soldagem robótica encontrou sua primeira
aplicação no mundo real. Um robô desenvolvido por
George Devol e Joseph Engelberger, o Unimation 001, foi
implementado em uma fábrica da General Motors para
soldagem por pontos em uma linha de montagem – uma tarefa identificada como perigosa para os seres humanos.
Mas só a partir de 1980 é que a soldagem robótica começou
a ganhar popularidade, principalmente na indústria
automotiva. Outras empresas automotivas viram os benefícios
colhidos pela GM e começaram a implementar esses
procedimentos em suas próprias fábricas e logo a soldagem
robótica começou a fazer parte de outras indústrias, como a
fabricação de metais. E a evolução não parou mais tanto que
hoje em dia o controle de movimento avançado e a visão a
laser 3D tornaram os robôs mais funcionais e produtivos. |
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Robôs na automobilística |
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Os primeiros robôs industriais não tinham sensores
externos, mas eram capazes de executar tarefas básicas
como escolher e colocar o que tornou as indústrias automotivas
muito mais seguras para seus funcionários.
Os primeiros protótipos de robôs industriais foram
implantados nas instalações da GM em 1961 para a soldagem
por pontos. E na década de 1980, bilhões de dólares
foram gastos em todo o mundo para automatizar tarefas
básicas em suas fábricas. Hoje, os robôs são uma parte
essencial de plantas automotivas competitivas. Os robôs
de hoje são muito mais sofisticados, alguns são semiautônomos,
com sistemas de visão para interagir dentro de
um ambiente em mudança, outros podem trabalhar lado
a lado com os seres humanos.
Há indústrias que ficam fora dessas tendências? Na
indústria de celulose, por exemplo, há poucas oportunidades
para robotização. Na Cenibra por exemplo, existem
aplicações que não se caracterizam como de robôs
pois atuam somente nos eixos x e y, mas em algumas outras
indústrias já existem projetos como o Puma, da Klabin,
onde pode ser observado o uso da robótica industrial
nas linhas de acabamento e com significativos ganhos de
qualidade e precisão na execução das atividades.
Ronaldo Neves Ribeiro, Gerente do Departamento
de Tecnologia da Informação e Telecom da Cenibra,
conta que o setor de celulose já traz em projetos mais
modernos a aplicação da robótica industrial com equipamentos
operando automatizados com manipulador multipropósito
controlado automaticamente, reprogramável,
programável em três ou mais eixos - especialmente nas
linhas de acabamento e embalagem do produto acabado.
“No setor de celulose estas aplicações ainda são novidade
se compararmos com outros setores, por exemplo o
automobilístico, onde os robôs já são amplamente utilizados
e apresentam resultados expressivos. Existem vários
desafios para que a direção , a aceleração, a velocidade
e a distância de uma série de movimentos coordenados
sejam precisos, e para isto, é necessária uma equipe de
automação bem treinada para implementar os projetos
e também para manter estes equipamentos sempre disponíveis
nas linhas de produção. Aplicações destas ferramentas
serão intensificadas com as novas tendências da
indústria 4.0, novas aplicações e novas formas de controle
serão ampliadas, como uso do vídeo monitoramento
nos robôs que aumenta sua flexibilidade e capacidade de
atuação nos equipamentos”, explica Ronaldo. |
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O futuro é colaborativo?
Por muito tempo, os sistemas de automação industrial
se utilizaram de robôs fixos mas, nos últimos anos robôs
colaborativos operam dentro do mesmo espaço que
os seres humanos.
O lançamento da ISO / TS 15066: 2016 foi um momento
decisivo pois deu orientação clara para engenheiros
em todos os níveis sobre as questões de segurança
inerentes à colaboração robótica, mas tanto sistemas convencionais
quanto colaborativos oferecem vantagens que
devem manter a ambos no mercado.
O conceito central do sistema colaborativo é que ele opera
com segurança dentro do mesmo espaço físico que os humanos,
permitindo que pessoas e robôs trabalhem efetivamente
em conjunto. No entanto, sistemas colaborativos exigem uma
poderosa inteligência artificial pois, para entender o ambiente,
eles usam sistemas de visão de máquina ou sensores que aumentam
o preço do conjunto e criam mais pontos de falha.
Os robôs industriais de gerações mais antigas são grandes
e pesados, tipicamente fixos, mas capazes de realizar
tarefas repetitivas, potencialmente perigosas a taxas surpreendentes
– o que os torna populares. E mesmo o fator limitante
do preço está começando a cair – o que deve manter
os colaborativos nas implementações mais refinadas e sofisticadas,
ou seja, fora de alcance da maioria por enquanto.
Por enquanto não se sabe. Pesquisadores do Laboratório
de Informática e Inteligência Artificial (CSAIL) do
MIT estão tentando melhorar os robôs, dando-lhes o benefício
da intuição humana. Ao codificar as estratégias de
planejadores humanos de alto desempenho em uma forma
inteligível para máquinas, eles foram capazes de melhorar
o desempenho dos algoritmos de planejamento de
10% a 15% em um conjunto desafiador de problemas.
Para facilitar a vida de quem quer utilizar robôs, a
RIA – Robotics Industries Association disponibiliza uma
calculadora de Retorno sobre o Investimento (ROI) no site
(http://www.robotics.org/robotics-roi-calculator). |
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