Revista Controle & Instrumentação Edição nº 215 2016
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Special
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Diga adeus ao status quo da automação
Por Paul Miller e Maurício Kurcgant
da ARC – Advisory Group Inc.
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O 20o Fórum Anual da Indústria da ARC em Orlando, Flórida, ocorreu no início de Fevereiro de 2016, com
uma audiência de mais de 700 pessoas. Os participantes
representavam 300 diferentes empresas e vieram de mais
de 25 países ao redor do globo. As principais apresentações
refletiram o tema do Fórum, A indústria
em Transição: Navegando na Era da Inovação, e serviu como um chamamento de
ação para toda a indústria de automação.
Diversos recados ecoaram em todas
as palestras iniciais. Eles incluíam a mensagem de que a inovação transformadora
já não é uma opção; empresas que não
conseguirem inovar de forma eficaz para
enfrentar os desafios dos negócios, simplesmente deixarão de existir. Isso se aplica
aos usuários finais bem como para os fornecedores de tecnologia. Ficou explicitado
que embora as tecnologias de automação
tenham tido apenas alguns ganhos incrementais nos últimos anos, que isto está
prestes a mudar; de forma rápida e bastante dramática.
Os apresentadores para a abertura dos trabalhos deste
ano incluíam Andy Chatha, fundador e presidente da ARC;
Sandy Vasser, gerente de Desenvolvimento de Instalações,
Instrumentação e Elétrica da ExxonMobil; Don Bartusiak,
engenheiro-chefe de Pesquisa e Engenharia de Controle de
Processos da ExxonMobil; e Michael Carroll, vice-presidente de Inovação & Excelência de Operações da Georgia-Pacific. A animada mesa redonda que se seguiu contou com
a presença de Peter Terwiesch, Presidente da Divisão de
Automação de Processos da ABB; e Blake Moret, VP Sênior
de Produtos de Controle e Soluções da Rockwell Automation, contribuindo com suas perspectivas sob o ponto de
vista dos fornecedores.
Todos podemos aprender muito
uns com os outros
Andy Chatha iniciou sua apresentação pedindo aos que estavam no Fórum
pela primeira vez, que levantassem a mão.
Muito pouca gente na grande sala de sessão geral no Hotel Renaissance SeaWorld
o fizeram; mas mesmo assim foram em
número maior do que seria normalmente
esperado. Andy interpretou isso como uma
indicação do crescente interesse pelos temas abordados no Fórum e a curiosidade
em saber como os usuários estão se aproximando de tecnologias potencialmente
“disruptivas” de hoje. “De forma muito
clara, todos nós podemos aprender uns
com os outros”, observou ele. Este ponto reapareceu várias vezes durante as palestras.
Em direção aos sistemas abertos de controle
Em seguida, Andy chamou a atenção do público para
o comunicado de imprensa publicado no mês anterior
anunciando que a ExxonMobil concedeu à Lockheed Martin – uma empresa líder na área aeroespacial – um contrato
para ajudar no desenvolvimento de um sistema de automa ção de última geração para refino e instalações químicas.
Andy também mencionou que toda a equipe da ExxonMobil estava presente ao Fórum, juntamente com pelo menos
uma pessoa chave da Lockheed Martin.
De acordo com o comunicado de imprensa: A ExxonMobil Research and Engineering Company (EMRE) fechou um
contrato com a Lockheed Martin para atuar como integradora
no desenvolvimento inicial de um sistema de automação de
próxima geração, aberto e seguro, para indústrias de processo. Para apoiar esta importante iniciativa, em alta velocidade,
a Lockheed Martin realizou em 26 de Janeiro de 2016 o
Dia da Indústria, para solicitar informações de fornecedores
tradicionais e para encorajá-los a uma ampla participação
colaborativa. A ARC também participou deste evento.
O comunicado à imprensa explicou ainda: Trabalhando com a Lockheed Martin, a meta da ExxonMobil reside
na concepção de uma nova arquitetura que irá controlar
e otimizar as plantas de refino e as de produção química
ao mesmo tempo que permitindo o uso de futuros tipos
de equipamentos e serviços de informação, como a manutenção preventiva e a otimização da frota. A concepção e
implementação se baseiam em padrões de arquitetura que
irão garantir a modularidade, a interoperabilidade, expansibilidade, reutilização, portabilidade e escalabilidade do
novo sistema.
Andy mencionou que a ARC concorda plenamente
com a ExxonMobil no fato que certamente a indústria poderia se beneficiar com sistemas mais abertos. “Mas por
que a Lockheed Martin?”, perguntou ele retoricamente.
“Quanto mais você pensa sobre isso, mais sentido faz”. Assim como as plantas de processos, as aeronaves são muito
complexas. “Nossa indústria pode aprender muito com a
indústria aeroespacial.”
É muito significativo o fato que a ExxonMobil planeja
compartilhar a nova arquitetura aberta, e os produtos resultantes, com outras empresas, disponibilizando a solução
para o mercado. Andy agradeceu à ExxonMobil por lançar
esta iniciativa em relação aos sistemas abertos e encorajou
todas as partes interessadas da indústria, fornecedores e
usuários finais, a participarem do processo.
A transformação digital da indústria vem
ganhando força
Andy passou a explicar que os sistemas proprietários
de hoje não fornecem uma base suficientemente sólida
para a transformação digital. Embora a maioria das plantas
sejam altamente automatizadas, o nível de automação não
se alterou significativamente em nas últimas três décadas.
“Acreditamos que as indústrias de processos estão maduras para a transformação digital. A maioria das plantas de
processo têm hoje mais de 20 anos de idade. A automação
instalada, e outros ativos, são cada vez mais custosos de se
manter, são sujeitos a falhas, são ineficientes, suscetíveis a
ataques cibernéticos, e muito caros para atualizá-los.”
Neste meio tempo, diversas novas tecnologias estão
amadurecendo. Elas incluem dispositivos móveis, aplicações em nuvem, analítica, visualização 3D, fabricação aditiva, comunicação sem fio, robótica e drones, aprendizagem
de máquinas e plataformas abertas. De acordo com Andy,
“Estas tecnologias podem ajudá-lo a transformar o seu negócio.”
Ele ressaltou que mais e mais indústrias estão se movendo em direção a plataformas abertas e que o CPAS, modelo de Sistema Colaborativo de Automação de Processos
da ARC (Control Process Automation System) se alinha bem
com a visão da ExxonMobil para a indústria de processos.
“No entanto a convergência TI/TO é essencial para a transformação digital e nossa indústria precisa fazer com que o
pessoal de TI (Tecnologias de Informação) e o de TO (Tecnologias de Operação) aprendam a trabalhar melhor em
conjunto.”
Software Modular
O Software, de acordo com Andy, é fundamental. A
transformação digital vai precisar de tantos tipos diferentes
de software que nenhuma empresa terá capacidade de fornecer sozinha todas as partes. Temos de aprender a resolver
isso com outras modalidades de indústrias que estão lidando com questões semelhantes. “Os Sistemas de software
de hoje estão se tornando tão complexos, que você tem
que começar a projetar o software em pequenos módulos,
ou bibliotecas, que se comunicam de forma padronizada
através de protocolos de software.”
Andy explicou que os sistemas abertos irão fornecer
benefícios para os usuários e para os fornecedores. “Os
usuários serão capazes de comprar as soluções que eles
precisam, de muitos fornecedores distintos. Os sistemas
abertos permitirão que os usuários atualizem seus sistemas
com mais frequência. E já que é muito caro desenvolver e
lançar novos sistemas no mercado, os sistemas abertos irão
reduzir os custos dos fornecedores”.
Concluindo, ele fez as seguintes recomendações para
as empresas: Serem centradas no cliente e direcionadas
pela demanda; Assegurarem a colaboração; Terem fortes
recursos de engenharia de TI e de TO; Abraçarem as plataformas de software abertas e seguras; Buscarem oportunidades para transformação.
Pensar de Maneira Diferente
Começando onde Andy parou, Sandy Vasser da ExxonMobil explicou que “Pensar de forma diferente” é o novo
mantra de sua organização. “Isto se aplica mesmo para processos bem comprovados. Para nós não é mais suficiente
resolver um problema; devemos ser capazes de resolver o
problema da maneira mais eficiente possível.”
Desafios da Automação
Segundo Sandy, os desafios históricos relacionados
à automação, para projetos de grande porte envolvem as
numerosas dependências de outras disciplinas, forçando a execução do trabalho se desenvolver de forma sequencial;
a ocorrência de alterações de projetos em seu estágio final;
e projetos altamente personalizados, com elevado conteúdo de engenharia.
Desafios recentes enfrentados pela ExxonMobil (e
por outras empresas operadoras) incluem ter de lidar com
múltiplos EPCs e plantas localizadas ao redor do globo,
com equipamentos fornecidos a partir de diversos locais
do mundo, e com múltiplas atividades paralelas para satisfazer os cronogramas de projetos. Há reciclagens repetitivas de projeto desde o seu início até o momento
do start-up e diversas alterações de hardware ao longo
de toda a execução. Muitas alterações precisam ser implementadas no campo, quando o custo de mudança se
torna muito maior. Além disso, a automação está sempre
no caminho crítico e nós sofremos todas as incertezas do
projeto e da execução, com prazos mais longos e custos
mais elevados. Como consequência, os custos do projeto
vão se elevando enquanto as taxas de retorno do projeto
vão ficando mais reduzidas (agora, em boa parte devido
aos atuais preços baixos do petróleo e do gás).
“Nós tivemos que partir para uma abordagem diferente, e por isso, neste momento estamos desafiando tudo o
que sempre fizemos”, disse Vasser.
Ele passou a explicar os problemas relacionados a
soluções de engenharia customizadas. “Queremos eliminar soluções personalizadas tanto quanto possível.
Precisamos de padronização para eliminar um número
significativo de etapas de um projeto.” Isso inclui a eliminação de testes redundantes de qualificação, testes
de aceitação de fábrica, e teste de aceitação de campo.
“Soluções como E/S inteligente também nos livram de
várias dependências.”
Para acelerar o desenvolvimento dos projetos, ele
acredita que a empresa precisa administrar certos riscos
e não pode mais continuar pensando em soluções “100
por cento”. Exemplos disso incluem o uso da capacidade
de programação lógica dos sistemas SIS, que têm sido comercialmente disponíveis há anos. Ele também sugere que,
para reduzir ainda mais a fiação de campo, múltiplos sinais
digitais poderiam ser substituídos por uma única E/S analógica.
“Presentemente há um consenso de que temos de
substituir os nossos sistemas de controle a cada dez a quinze anos. Em vez disso, queremos que nossos sistemas de
controle continuem úteis mesmo com muito tempo de uso,
bastando simplesmente substituir partes do sistema, ao longo do tempo, para ele continuar se mantendo atual “.
No que se refere à segurança cibernética, ele disse
acreditar que as abordagens reativas atuais não são sustentáveis e que também não faz o menor sentido continuar
usando a mesma forma de gerenciamento de alarme para
as novas plantas, do mesmo modo que se faz nas instalações industriais mais antigas. Ele também quer acabar com
o uso de gráficos personalizados. “Para um projeto específico, tivemos que criar 1400 gráficos personalizados para os
nossos operadores e isso levou tempo demais.”
Nova Abordagem É Necessária
Sandy passou então a fornecer uma visão geral das
características desejadas da nova abordagem. Elas incluem
mais soluções padronizadas e personalizações reduzidas;
complexidade reduzida por meio de projetos simplificados; redução do número de componentes e menor número de diferentes sistemas; capacidade de tirar a máxima
vantagem dos ativos de automação instalados; redução do
número de dependências; redução do número e simplificação das interfaces; menos processos mais automatizados;
e geração automática da documentação.
Sandy Vasser também elencou as atividades chave de
automação, e os facilitadores, que ecoaram nas iniciativas
da empresa para acelerar projetos e reduzir seus custos,
conforme apresentado por ele mesmo no Fórum Orlando
do ano anterior:
• E/S inteligentes, configuráveis, em gabinetes padrão ou
caixas de junção de campo
• Virtualização tanto para aplicações de engenharia como
em execução em tempo real
• E/S “DICED” (Detecção, Interrogação, Configuração, Ativação e Documentação automáticos) tanto para os dispositivos HART como para os não-HART
• Processador de lógica SIS programado diretamente a partir de digramas de causa e efeitos
• Integração completa entre as áreas de automação e elé-
trica
• Uso de E/S inteligentes para substituir a fiação de controle
de CCMs.
• Montagem padronizada para converter múltiplos sinais
discretos em um único sinal analógico
• Solução simplificada nos pacotes de interface
• Instrumentação de campo sem fio
• Aumento de uso de alimentação em CC
Sandy Vasser concluiu sua apresentação com uma
citação atribuída a Albert Einstein: Nós nunca poderemos
resolver nossos problemas com as mesmas ideias que tínhamos quando os criamos.
Visão da ExxonMobil
A palestra seguinte foi proferida por Dan Bartusiak da
ExxonMobil Research & Engineering. “O Andy Chatha me
pediu para compartilhar com vocês a visão da área de refino e químicos da ExxonMobil no que se refere a um sistema de arquitetura de controle aberto e também sobre a
parceria que estabelecemos com a Lockheed Martin”, disse
ele. “Eu gostaria de apresentar aqui o quadro geral. O problema que estamos tentando resolver é: Como podemos
reduzir o custo de nossos projetos de controle de processos; particularmente para operações de novas plantas?” Há
uma janela de tempo finito de oportunidade para fazê-lo”,
explicou ele.
O que há de errado com o status quo?
“Então, afinal, o que há de errado com o status quo?”,
perguntou ele retoricamente. “Em poucas palavras, ficou
muito caro atualizar nossos sistemas de controle de processo e nós simplesmente não estamos recebendo retorno
suficiente para fazê-lo. A grande parte das melhorias recentes que fizemos foi para adicionar aplicativos do nível
3, que residem na camada acima dos sistemas de controle. “A ARC tem observado que a ExxonMobil não está
sozinha nesta tendência. Dan Bartusiak também observou
que uma percentagem significativa dos sistemas de controle nas áreas de refino e de químicos da ExxonMobil vai
enfrentar a obsolescência já na próxima década, e a pesquisa ARC confirma que isso também se aplica a muitas
outras empresas.
Ele então perguntou: “Então por que não simplesmente substituir esses sistemas com sistemas DCS com o
estado da arte? Indo direto ao ponto ele mencionou cinco
motivos:
• O alto custo necessário para permanecer atualizado
com tecnologias de ponta
• O elevado custo para integrar componentes de terceiros
• O número de aplicações de mercado é limitado e há
uma grande falta de ferramentas sofisticadas de desenvolvimento
• As soluções vêm “embutidas” nos sistemas, impedindo a
escolha da melhor solução de mercado para cada caso
• O modelo de segurança atual não é parte integrante do
sistema de controle. Ele é tão somente acoplado a ele.
Esta não é a melhor solução.
Uma Nova Abordagem
Para encontrar soluções a esses problemas vitais, a
ExxonMobil “pesquisou fora do nosso pequeno mundo”,
explicou Dan Bartusiak. “Percebemos haver oportunidades de melhorias por meio do uso de arquiteturas abertas e da virtualização; não somente para a engenharia de
desenvolvimento, mas também para proporcionar novas
maneiras de efetuar o controle dos processos. Pesquisamos uma revolução construtiva em andamento na indústria de sistemas aviônicos de defesa, em transição de um
modelo proprietário para conceitos totalmente abertos e
interoperáveis, com arquiteturas baseadas em padrões.
Percebemos que a Internet das Coisas e as transmissões
sem fio estão mudando as expectativas da alta administra-
ção, que passaram a gerar perguntas como: “Por que nós
sempre precisamos de mais sistemas de controle?” E nós
estamos presenciando o advento de novas soluções para
os desafios de segurança, com modelos emergentes que
permitem um fluxo de dados de forma mais segura entre
a camada de tecnologia operacional (TO) e as camadas de
TI nas nuvens.”
Ele então apresentou a visão da sua organização para
os sistemas de controle abertos, seguros e interoperáveis
baseados em padrões que:
• Promovem a inovação e a criação de valor
• Integram sem muito esforço os melhores componentes
do mercado
• Permitem obter capacidade e desempenho com tecnologias de ponta
• Preservam os softwares aplicativos dos usuários
• Reduzem significativamente o custo de substituição futuro
• Empregam um modelo intrínseco de segurança, adaptativo
Bartusiak enfatizou que esta visão de automação aberta é aplicável tanto a instalações existentes (brownfield)
como para novas plantas (greenfield); e é consistente com
a visão das unidades de Exploração e Produção (Upstream)
da ExxonMobil, não abrindo mão de nenhuma característica de segurança, ou disponibilidade; e, mais importante, tendo o objetivo de criar um sistema comercialmente
disponível (não apenas limitado à ExxonMobil), que seria
aplicável aos atuais mercados de sistemas DCSs.
Por que a Lockheed Martin?
Em seguida, Bartusiak abordou a pergunta sobre as
razões porque a ExxonMobil decidiu trabalhar com a
Lockheed Martin, um nome raramente mencionado no
mundo de controle de processos, para complementar
seus recursos internos para esta criticamente importante
iniciativa. Ele explicou que quando a empresa estava pesquisando possíveis colaboradores, acabou achando muito atraente o trabalho do Open Group Future Airborne
Capability Environment (FACE) Consortium. A Lockheed
Martin é membro fundador deste consórcio.
Segundo o site da FACE, o consórcio foi formado em
2010 como uma parceria entre o governo e a indústria para
definir um ambiente aberto de sistemas aviônicos para todos os tipos de plataformas militares aerotransportadas. A
Norma Técnica do FACE é um padrão aberto de aviônicos
para tonar a computação de sistemas militares de mais robustas, interoperáveis, portáteis e seguras. A norma permite que os desenvolvedores criem e implantem um amplo conjunto de aplicações para uso em todo o espectro
de sistemas militares de aviação, através de um ambiente
operacional comum. A mais recente edição da norma promove mais ainda a interoperabilidade de aplicações, e a
portabilidade, com exigências mais avançadas para a troca
de dados entre os componentes da FACE e uma ênfase na
definição dos requisitos de linguagens padronizadas.
Obviamente Bartusiak e toda a equipe da ExxonMobil
perceberam que uma abordagem semelhante poderia ser
extremamente benéfica para toda a indústria do controle
de processos. Além de sua profunda familiaridade com a
FACE, a Lockheed Martin tinha uma ampla concepção no
projeto e na implementação de sistemas abertos determinísticos, para operações em tempo real, com alta disponibilidade. No final de 2015, a ExxonMobil e a Lockheed
Martin firmaram um contrato para que esta última agisse
como integradora na fase inicial de desenvolvimento dos
sistemas.
Próximos passos
Comentando acerca do recente evento “Dia da Indústria” que a Lockheed Martin e a ExxonMobil realizaram para testar o apetite do mercado para este tipo
de solução, Bartusiak disse: “Nós lançamos o evento do
Dia da Indústria dois dias depois de uma grande tempestade de neve que aconteceu na área de Washington, DC; mas mesmo assim a grande maioria das partes
interessadas conseguiu comparecer. Recebemos muito
mais perguntas a respeito da qualificação do que o previsto e ainda vai demorar algum tempo para podermos
responder a todas elas. “De acordo com Bartusiak, o
próximo passo é verificar o interesse e apoio de outros
potenciais usuários.
Esta foi, em boa parte, a razão da empresa para apresentar a sua motivação e a sua visão, ao mesmo tempo
que articulando as oportunidades no Fórum da ARC este
ano. A ExxonMobil convida outros usuários interessados
em aprender mais sobre a iniciativa, para entrarem em
contato. “Pretendemos construir um protótipo de laboratório já em 2016”, disse ele. “Para além de 2016, gostaríamos de ver uma solução tecnicamente pronta em 2018,
e um sistema apto a ser utilizado em 2019”.
A inovação envolve mais do que apenas
tecnologia
Ao subir ao púlpito após a apresentação do Dan Bartusiak, Michael Carroll, vice-presidente de Inovação &
Excelência de Operações da Georgia-Pacific, comentou:
“Quem não fizer isso agora, em dez anos não estará fazendo mais nada”. Michael Carroll abordou então os desafios-chave para o sucesso em inovação.
Segundo ele, a inovação requer decisões e sua participação. Para ilustrar isso, ele disse que metade de seus
colegas de jardim de infância de sua pequena cidade natal já haviam morrido; muitos certamente devido a más
decisões. “Nós somos um produto de nossas decisões
passadas. A inovação exige que você tome decisões e
participe”, disse ele. “Como seres humanos, nós criamos
a maioria dos nossos próprios obstáculos”. Isso inclui
perder as vibrantes imaginações que a maioria de nós
tinha quando jovens. “Nunca quebre a primeira lei da
imaginação: Não deixe que o que você já sabe se torne
o inimigo do que você pode aprender”. Tudo o que você
ouviu o Andy e o Dan dizerem aqui é certo, mas não
deixe que a falta de imaginação atrapalhe o seu caminho. O problema está em nós; o que então vamos fazer a
respeito?”. Para evitar matar inovações em seu caminho
Michael recomenda que Não tente convencer as pessoas
que elas estão erradas; Não diga que não pode ser feito; Não anule decisões e Não deixe de comemorar seus
erros. Cada vez que você falha, você aprende alguma
coisa nova.
Depois de fazer algumas perguntas simples baseadas
em “o que? e se?”, Michael Carroll apresentou as cinco
regras simples de seus 30 anos de experiência em inovação: As inovações mais gratificantes são sempre precedidas por uma viagem através do deserto da ansiedade; As
pessoas que estão realmente de mãos dadas conosco têm
muito mais importância do que as pessoas com elevadas
posições hierárquicas; As pessoas que estão ao seu redor
e as pessoas que vão seguir com você no deserto da ansiedade raramente são a mesmas; Vai ser difícil, haverá
muito stress, e se você for bem sucedido você nunca mais
será o mesmo! Os Inovadores estão para o Status Quo
como os aviões a jato estão para os aviõezinhos de papel.
As organizações são burocracias – elas prosperam com o
Status Quo.
Em resumo, Carroll disse: “A Inovação em grandes
organizações é muito difícil, porque vai afetar a todos,
possivelmente de forma incontrolável.”
Recomendações
A ARC recomenda que todos os participantes das indústrias de processo abram suas mentes para os potenciais benefícios oferecidos pelas abordagens inovadoras
apresentadas durante estas palestras, bem como em outras sessões apresentadas no Fórum da Indústria ARC de
2016. E ela vai apresentar sessões relacionadas ao tema
nos próximos Fóruns da ARC na Europa, Índia e Japão.
Embora um significativo número de obstáculos técnicos,
comerciais, organizacionais e humanos ainda tenham que
ser superados, a ARC acredita que, se os usuários, fornecedores de tecnologia e outros participantes da indústria
trabalharem juntos de forma aberta e honesta, essas novas abordagens terão sucesso imediato e todos, em última
análise, irão se beneficiar.
Claramente, o status quo está prestes a mudar e o
futuro da sua empresa pode depender muito dela estar
entrosada nestes avanços mais cedo, do que tarde. |
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