Revista Controle & Instrumentação Edição nº 212 2015
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Instrumentação,
base para as medições |
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A palavra de ordem agora é Internet das Coisas. Mas
não se pode esquecer que para chegar até ela, são necessários os sensores que serão os olhos e os ouvidos dos
sistemas. E esses sensores estão nos milhares de instrumentos de vários protocolos espalhados nas fábricas e nos
processos. Medição é uma área bem atendida por fornecedores que possuem a melhor tecnologia. Mas
quem vai instalar e operar esses instrumentos?
Em nível médio, em 2010 foi publicado um
catálogo de cursos técnicos pelo Ministério da
Educação. Até aquele momento havia milhares
de tipos de cursos técnicos no Brasil e existem
dois lados nessa história: escolas e cursos sérios e
escolas sem condições de ministrar um curso que
colocava no mercado profissionais sem preparo e
com nomes complicados. A confusão acontecia
porque não existia um regulador então o MEC
definiu os cursos técnicos que poderiam ser ofertados no Brasil, mas também extinguiu vários e criou uma
tabela de convergência. O técnico de instrumentação deixou de existir, convergindo para técnico em eletrônica ou
técnico em automação. Quem ofertava aquele curso teria
que mudar seu nome. Na época, o Senai protocolou junto
ao MEC um pedido de manutenção de seu curso de técnico
de instrumentação e foi autorizado a mantê-lo até que fosse
julgada questão. Isso levou cinco anos. O pedido foi julgado
como improcedente e a última turma de técnico em instrumentação se forma em dezembro agora. A turma de 2015 já
faz parte da nova nomenclatura, técnico em automação.
Mas, detalhe importante, o MEC não regulou as grades, apenas os títulos. Então, quando se olha um técnico
em automação se encontram centenas de grades diferentes, e na maioria, de fato, instrumentação ocupa um espaço
muito pequeno. E como falar de cloud e IIoT sem o básico,
que é a instrumentação, que leva os dados para abastecer
o sistema de controle da planta e análise do processo?
O professor Marcelo Saraiva Coelho, coordenador de
atividades técnicas do Senai Antonio Souza Noschese, mais
conhecido como Senai Santos, explica que os técnicos de
automação ou eletrônica de fato podem ser diferentes de
acordo com a escola. “Hoje o Senai oferece o Técnico de Automação Industrial. O MEC definiu um perfil do técnico e laboratórios recomendados. As empresas
que precisarem e exigirem a formação
com esse nome, só encontram gente formada até 2015, quando se forma a última turma do Técnico
de Instrumentação. O problema é que as indústrias terão que
olhar bem antes de contratar porque algumas escolas são mais
voltadas à manufatura enquanto outras, para processo”.
No estado de São Paulo, o Senai criou 16 núcleos tecnológicos em várias áreas e, além do conhecido lado educacional, possui uma área de serviços tecnológicos, como a rede de calibração de laboratórios
credenciados, espalhados entre as 91 escolas do
estado, serviços de engenharia, e mesmo de execução em algumas áreas. Os núcleos têm escolas
líderes e, para automação, por exemplo, é o Senai da Vila Leopoldina na cidade de São Paulo.
Além dos cursos técnicos, o MEC prevê e o
Senai oferece a Aprendizagem Industrial (cursos de
qualificação ofertados para jovens de 14 a 24 anos,
dentro da Lei do Aprendiz, que determina que os
estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a
5%, no mínimo, e 15%, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem
formação profissional. Por exemplo, contando somente com
Petrobras, Sabesp e Usiminas, o Senai de Santos atendia uma
demanda de mais de 100 aprendizes. Outra modalidade é o
FIC – formação industrial continuada, cursos para quem já é
profissional e precisa se aperfeiçoar ou para quem não tem
formação profissional e quer se qualificar.
“No Brasil, estamos vivendo uma massificação de oferta de vagas. Há algumas décadas, entrar numa faculdade era só para uma parte muito pequena da população e o ensino técnico era visto como algo importante. Hoje, a base educacional é ruim, a oferta de cursos superiores e técnicos é grande e forma muita gente, mas com baixa qualidade. O Senai é uma das poucas instituições que procura manter o perfil de seus alunos em consonância com o que o mercado pede”, afirma professor Marcelo.
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Medições precisas são necessárias para a gestão e controle de processos, mas ainda acontecem muitas medições
manuais. As medições de longas distâncias ou em grandes
áreas também são um desafio, mas estão se tornando rotina
e existem muitos novos produtos e desenvolvimentos interessantes, inovações em tecnologias de medição estão aproveitando a onda da Internet das Coisas. Sensores mais potentes e
eficazes são o primeiro passo para gerar e distribuir os dados
para análises que, por sua vez, melhoraram os processos de
fabricação. Então, as medições são a base de todos os sonhos
futurísticos. Quem vai estar na base dessa pirâmide?
O instrumentista formado ainda vai existir. Além do
Tecnólogo em Instrumentação - que no Senai, com uma
carga horária de quase três mil horas, vai aprender a coordenar a implantação e a manutenção de sistemas de instrumentação e controle em processos industriais e elaborar
projetos desses sistemas, seguindo normas técnicas, ambientais, de saúde e segurança do trabalho e da qualidade –,
a Faculdade Senai de Santos oferece o Curso Superior de
Tecnologia de Instrumentação Industrial com laboratórios de
ponta e diversos equipamentos que permitirão ao aluno um
aprendizado com a competência desejada pelo mercado de
trabalho. A principal diferença dos cursos de tecnologia em
relação aos cursos técnicos é que serão desenvolvidos conhecimentos, capacidades técnicas e habilidades de gestão
com maior profundidade, permitindo assim, que o profissional tecnólogo possa assumir cargos de liderança e gerência
de setores, além de desenvolver com maior profundidade, a
base conceitual das principais tecnologias da área especifica
que o curso está inserido. “O Tecnólogo em Instrumentação
Industrial é um profissional preparado com habilidades e
competências para atender a esta área específica da indústria e deve ter formação específica para a aplicação, desenvolvimento, pesquisa aplicada e inovação tecnológica e a
difusão de tecnologias, a gestão de processos de produção
de bens e serviços e o desenvolvimento da capacidade empreendedora”, afirma o professor Marcelo. |
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