Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 209 – 2015



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Inovação e flexibilidade são as principais estratégias
para alimento e bebidas

 
 
Em meio a uma economia confusa e muitas demandas, vão-se definindo os grandes desafios do setor alimentício num Brasil mais regulamentado, que incorporou consumidores de baixa renda ao mercado e fortaleceu consumidores mais exigentes em termos de qualidade e saúde. Nesse cenário – onde brotam questões como os perigos da gordura trans, excesso de sal e açúcar nos alimentos, as consequências – reais ou imaginárias – dos alimentos transgênicos, o reaproveitamento de embalagens, alimentos funcionais, alimentos fortificados, alimentos para fins especiais etc – as tecnologias ganham importância e a automação facilita a flexibilidade necessária - atualmente, cerca de 85% dos alimentos consumidos no país passam por algum processamento industrial, contra 70% em 1990 e apenas 56% na década de 1980. E o setor alimentício brasileiro não é diferente do resto do mundo. Bom exemplo é o fato da Kraft anunciar descontinuação de um produto tradicional: clara tendência de que as empresas de alimentos e bebidas estão em vias de mudar com o gosto do consumidor, seus há- bitos e preocupações com a saúde, além de enfrentar um mundo com economia, no mí- nimo, complexa. E isso está de acordo com uma pesquisa feita durante a Food Automation and Manufacturing Conference 2015, que apontou como principais tendências na fabricação de alimentos as mudanças nas demandas dos consumidores, seguidos de automatização das operações e implementação de processos enxutos de manufatura.

Algumas empresas já perceberam que atuar globalmente impõe diferenças na operação dependendo da localidade, ou seja, uma linha super automatizada nos EUA pode não funcionar tão bem num outro mercado. Mas questões como sustentabilidade e energia são críticas em qualquer lugar e incluem, muitas vezes, mudanças nas formas de relacionamento com fornecedores e mesmo com a logística – ponto sensível porque o bom funcionamento dessa cadeia depende da demanda, atualmente oscilante em termos de quantidades e especificações.
 
 
Nesse meio incluem-se assuntos-tabus para o setor alimentício – como a segurança alimentar, a higiene, os cuidados com a saúde. A contaminação de um produto é o pesadelo das empresas do setor e mesmo as mais automatizadas não escapam desse fantasma. Fantasma que cresce quando a automação se une às TICs tornando a cybersegurança um ponto mais que sensível.

Ricardo Cilento, da Azzure Indústria e Comércio e vice-presidente da CSMIAFRI – Câmara Setorial de Má- quinas para Indústria Alimentícia, Farmacêutica e Refrigeração Industrial, da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, criada em 1987 para acompanhar e suportar as questões específicas desses segmentos, lembra que, em 2014 houve uma retração próxima de 15% na aquisição de máquinas no setor de alimentos de uma forma geral, porém alguns setores se mantiveram estáveis, como carne e ração animal. Mas até maio de 2015 a retração chegou a quase 30%, atingindo todos os segmentos, com exceção da área de refrigeração, principalmente compressores herméticos que têm mantido seu faturamento devido ao aumento de exportações – para os USA e América do Sul.

O executivo especifica, ainda, que o mercado brasileiro tem feito investimentos tanto em máquinas separadamente quanto em linhas completas, não demostrando qualquer tendência à uma ou outra forma em relação ao que já ocorria nos anos anteriores. Mas a automação das linhas, de uma forma geral, é realizada pelos próprios fabricantes ao integraram as máquinas às linhas atuais. “O que temos vistos também é que estas mesmas empresas têm realizado atualizações nas linhas existentes no momento de instalar uma nova máquina ou linha de produção. A utilização de eletrônica embarcada nas máquinas tem se mostrado uma tendência e a cada dia o nível de automação tem aumentado significativamente. Um dos pontos que impedem uma evolução mais rápida para nos aproximar das máquinas importadas, principalmente da Europa, é o alto custo destes itens no Brasil”, afirma Cilento, apontando outra área de atenção, a segurança: “ e quando se trata de NR 12, temos observado uma oportunidade de negócios para automação e inclusão de sistemas de segurança nas linhas existentes para adequação aos requisitos da Norma vigente e com preocupação dos empresários em se adequar rapidamente”.

Segundo a Abia – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, a indústria de alimentos representa 10% do PIB e 30% dos empregos no Brasil. Somente em 2014, esse segmento faturou mais de R$ 500 bilhões.
 
 
 
 
 
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