Revista Controle & Instrumentação Edição nº 202 2014
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Case
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Investir em madeira |
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De 20 a 30 anos atrás, a demanda por papel estava
crescendo. O ciclo mensal contábil nos escritórios gerou
grandes pilhas de relatórios de informática, e em casa as
pessoas liam livros e revistas de papel. Hoje, relatórios
de negócios são on-line e muitas vezes as pessoas leem
a partir dos seus tablets e smartphone. A empresa finlan-
desa de papel e celulose Stora Enso, a segunda maior do
mundo no setor, previu a tendência em 2006 e decidiu se
reorientar, transformando um problema em potencial em
uma oportunidade. A estratégia seria a de reduzir a pro-
dução de papel e investir em novas áreas de crescimento,
tais como materiais e embalagens renováveis.
Para atender a esses novos mercados, a Stora Enso
precisava aumentar a eficiência e a qualidade de sua pro-
dução de aparas de madeira para melhor atender suas
fábricas de celulose e instalações de produção de papel-
cartão. A empresa decidiu realizar uma grande expansão
e modernização de sua fábrica de aparas de madeira em
Skoghall, na Suécia, para levá-la aos padrões de qualida-
de e eficiência mundial.
Principal fábrica de papel-cartão do mundo, Sko-
ghall Mill é uma usina integrada que emprega quase
1.000 pessoas. Recebe a madeira de florestas escan-
dinavas e fabrica polpa utilizada para a fabricação de
papel-cartão. A unidade produz o material para uma
grande parte da produção de papel-cartão da Stora
Enso que podem ser usados para embalar alimentos
líquidos e secos. Uma em cada seis embalagens de
bebidas em todo o mundo é feita de papel-cartão da
Skoghall Mill.
Em 2009, a Stora Enso iniciou o programa Wood
2012. Cerca de
€
90 milhões foram investidos para au-
mentar a capacidade de armazenamento da fábrica para
a entrada de madeira e para reconstruir a “sala de ma-
deira”. A matéria-prima trazida é descarregada e arma-
zenada no pátio de madeira. Com a ampliação deste es-
paço, seria possível comportar uma quantidade maior de
madeira. Além disso, a logística poderia ser feita por vias
ferroviárias, um transporte mais amigável ao ambiente
comparado à estrada, e também mais econômico, especialmente em longas distâncias. Na sala de madeira, os
troncos que chegam são limpos e a sua casca é retirada. A
madeira é então cortada a partir das camadas exteriores
das toras na forma de finas aparas, que estão prontas para
a formação da pasta.
Apesar de algumas medidas de modernização terem sido implementadas na sala de madeira desde 1971,
quando foi construída, os equipamentos críticos, como
o tambor descascador e pontes rolantes foram chegando
ao fim de sua vida útil. Além disso, a sala de madeira
era muito pequena, uma vez que era capaz de trabalhar
com apenas 65% das necessidades de madeira totais da
usina. Uma maior capacidade deste espaço reduziria a
necessidade de comprar lascas de madeira de terceiros,
tais como serrarias. Novos equipamentos garantiriam uma
melhor qualidade e consistência nas aparas de madeira a
serem entregues às fábricas de celulose. A construção de
uma nova sala de madeira a partir do zero seria também
uma oportunidade para criar um ambiente mais seguro
para os trabalhadores, com baixos níveis de poeira e re-
dução de ruído. |
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Aumento de 40% da capacidade |
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A Usina de Skoghall consome cerca de 2,3 milhões
de m
3
de toras e aparas de serrarias por ano. Com o pro-
grama Wood 2012, a capacidade de produção das lascas
de madeira da usina aumentaria em 40%, para cerca de
1,9 milhões de m
3
por ano. O novo pátio de 42.000 m
2
(cerca de seis campos de futebol) de madeira seria capaz
de armazenar até 45.000 m
3
de madeira, o que corres-
ponde à produção de uma semana inteira.
A localização para a nova sala de madeira seria na
área industrial de Vidon, ao norte das instalações da Skoghall Mill. O edifício incluiu um sistema de degelo, um
tambor descascador, dois trituradores, e uma área para o
manuseio das cascas. Uma ponte rolante de 700 metros
de comprimento a ser construída entre Vidon e a Usina
Skoghall transportaria aparas e casca a uma nova sala de
seleção na área da usina. No total, seriam construídos cer-
ca de 5 km de correias transportadoras. Três silos, cada
um com uma capacidade de 25.000 m
3
, armazenariam
aparas suficientes para a produção de quatro dias.
O planejamento do projeto aconteceu em 2009/2010,
com a Siemens envolvida em um nível técnico desde o
início. Em outubro de 2011, a Siemens foi confirmada
como a fornecedora para todos os equipamentos e siste-
mas elétricos do projeto, e os contratos foram firmados. A
Siemens forneceria todos os equipamentos elétricos e de
automação, bem como sistemas de construção, engenha-
ria e serviços. O projeto envolveria um grande número de
produtos e serviços, incluindo unidades Sinamics, chave-
amentos Sivacon, e um sistema de controle de processo
Simatic PCS 7 com comunicação Profinet.
A Siemens enfrentou uma série de desafios no início
do projeto. O contrato era para um trabalho tipo turn-key,
sistema chave a ser produzido a um orçamento fixo. Todo
o projeto teve que ser concluído em 13 meses. A Siemens
trabalhou em conjunto com um parceiro do consórcio,
NEA instalação AB, quanto ao desmonte da sala de ma-
deira de 1971 e a instalação do novo equipamento. Uma
quantidade significativa de aparelhamentos de controle
de processo deveria permanecer no local, e o novo sis-
tema de controle Simatic PCS 7 deveria interagir com
ele. Isso exigiria testes extensivos de programação e de
campo para garantir uma operação perfeita. Para concluir
o projeto dentro do orçamento e otimizar o custo total
de propriedade, seria necessária uma cooperação estreita
entre a Siemens regional, Gestão de Contas Corporativas,
a equipe técnica da Siemens na usina, a equipe técnica
da Stora Enso e a sede Stora Enso, em Helsinki. O projeto
será uma referência para a cooperação entre os diferentes
grupos, e novos projetos desta linha iriam depender do
sucesso deste.
Uma das principais vantagens para a Stora Enso na
seleção da Siemens era de que ela poderia fornecer o
pacote completo a um preço competitivo. Também foi
decisiva a flexibilidade dos PCS 7 de última geração, que
pudesse ser programado para fazer a interface com os
equipamentos de legado não produzidos pela Siemens.
Um fator importante no custo total de propriedade foi
a comprovadamente alta confiabilidade de sistemas da
Siemens. |
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Serviços e sistemas elétricos completos |
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A espinha dorsal do projeto foi a distribuição de
energia para todo o local. A Siemens instalou transforma-
dores para controlar a alta tensão da rede elétrica de ali-
mentação e distribuição trifásica AC para cabeamentos
e barramentos. A Siemens forneceu toda a iluminação e
construção de avançados sistemas de economia de energia. Os produtos e soluções para a indústria de fabricação
de papel Sipaper foram empregados para a automação e
sistemas de fábrica. A automação de fábrica foi baseada
no sistema de controle distribuído Simatic PCS 7. Centros
inteligentes de controle de motores (CCMs), dispositivos
de gerenciamento de motor Simocode e unidades Sinamics forneceram a força motriz. Esses produtos oferecem
a máxima eficiência por meio do controle de velocidade
continuamente variável, garantindo que todas as máquinas, bombas e esteiras consumam apenas a energia ne-
cessária naquele instante. A Siemens foi responsável pelo
comissionamento de todo o site e por fornecer um mínimo de manutenção de dois anos.
A construção dos sistemas elétricos para o projeto
Wood 2012 começou em outubro de 2011 e foi concluída em um ano. A obra ocorreu no outono / inverno de
2012, e a cerimônia de inauguração do pátio de madeira
e da sala de madeira ocorreu como previsto, em março
de 2013.
A Siemens está agora trabalhando em estreita par-
ceria com a Stora Enso na exploração de biomateriais
e sobre o desenvolvimento da construção inovadora de
madeira modular. Um exemplo são as soluções da Siemens para edifícios inteligentes, em combinação com a
CLT (madeira cruzada estratificada) da Stora Enso um sistema de construção de madeira.
O pátio de madeira e sala de madeira, em Skoghall, forneceram à Stora Enso a capacidade que precisava para se expandir para novos mercados. O aumento
da capacidade planejada de 40% foi entregue devido
à alta disponibilidade da fábrica da Siemens e alta flexibilidade e capacidade de integração da mais recente
geração dos PCS 7. A produção consistente de aparas
de madeira de alta qualidade, utilizando a mais recente
tecnologia, colocou a Usina Skoghall em uma excelente
posição para produzir papel-cartão de forma sustentável
com madeira proveniente do reflorestamento e florestas
cultivadas. |
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