Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 197 – 2014



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Cidades inteligentes começam na automação predial

 
 

Em um recente (2012) relatório, a ARC contabilizou cerca de 100 cidades inteligentes no mundo. E sua equipe encontrou muitos termos que podem se confundir com uma cidade inteligente: cidade digital, eco cidade e mesmo um conceito de cidade inteligente que difere em definição daquele trabalhado por ela.

As definições seriam aproximadamente estas: uma cidade digital se refere a uma comunidade conectada através de uma infraestrutura de comunicação; uma cidade inteligente se refere a um sistema de inovação capacitado a resolver problemas; uma eco cidade implica numa entidade focada na sustentabilidade ambiental. Mas seja qual for o termo, é consenso que uma cidade inteligente deve trazer altos índices de qualidade de vida a seus cidadãos, bom sistema de redes de comunicação, baixo uso de combustível fóssil, economia estável. A ARC define cidades inteligentes como entidades que integram e melhoram o transporte, a educação, a saúde, a segurança, os serviços públicos e utilidades através de uma série de tecnologias baseadas numa infraestrutura de comunicação rápida para promover uma melhor qualidade de vida para seus residentes enquanto provê um ambiente sustentável. Impossível? Até 2050 a população mundial deve crescer em torno de 2.3 bilhões e 70% dessas pessoas viverão em cidades. Logo, cidades inteligentes são uma necessidade e devem ser pensadas já! E as tecnologias são a solução. Automação predial, controle e gerenciamento de tráfego e transporte, sistema público de iluminação automatizado, sistema de gerenciamento de energia, conexão segura com a web, sistemas georeferenciados e infraestrutura avançada de medição e análises são algumas áreas tecnológicas necessariamente envolvidas.

Para a ARC, sistemas de automação predial são sistemas baseados em controles automáticos, centralizados, que monitoram e gerenciam as instalações dos pontos de vista de conforto, energia, comunicação e segurança. E começam com um controle dos sistemas mecânico, elétrico e de tubulação, sistemas de temperatura, ventilação e ar condicionado (HVAC). BACnet é o protocolo criado para sistemas de automação predial. Foi desenvolvido pela associação americana dos engenheiros de calor, refrigeração e ar condicionado (Ashrae), tornando-se o protocolo oficial em mais de trinta países, juntamente com a ISO 16484-5.

Diferentes países passam por diferentes padrões e taxas de transição urbana e apenas na última década a tendência a tornar as cidades mais inteligentes ganhou impulso. Na China, por exemplo, a população urbana era de 712 milhões em 2012, representando 52,6 % da população total do país; na Índia, a divisão urbano-rural se dá pela relação de 30:70, mas essa relação está mudando rapidamente por conta da migração constante para a cidade graças à maior exposição das pessoas aos confortos da vida da cidade. Com a rápida urbanização, a infraestrutura precisa melhorar. Os planejadores urbanos devem utilizar as novas tecnologias para transformar e otimizar recursos. Os projetos devem examinar a intersecção de planejamento urbano, meio ambiente e tecnologias, o que exige cooperação em todos os níveis. Com isso em mente, a Fundação Rockefeller, em parceria com a revista Time e a IBM financiou a iniciativa National Building Museum, Cidades Inteligentes – que fornece um roteiro claro para saber a atual situação, onde queremos estar, e como chegar lá.

Ao contrário da China, a Índia é frequentemente apontada como relutante em urbanizar.

Em 2001, 28 % da população vivia nas cidades; uma década mais tarde, estava em torno de 30%, e esse número continua a crescer. A pesquisa indica que, dentro das próximas duas décadas 590 milhões de pessoas na Índia viverão em cidades;

68 cidades na Índia terão uma população de mais de 1 milhão; uma enorme soma de dinheiro será necessária para atender à demanda projetada naquele país, onde o governo introduziu várias medidas para reduzir a concentração urbana como a criação de cidades satélites – não muito distantes de uma cidade principal, mas perto o suficiente para se aproveitar de suas instalações; municípios industriais próximos do setor público e de fornecedores de insumos como aço, etc; e cidades privadas, geridos por desenvolvedores. Mas a Índia está pensando no futuro. Os urbanistas começaram a planejar movimentos de forma inteligente para reduzir o congestionamento urbano e a poluição para atingir a sustentabilidade. O corredor industrial Delhi- Mumbai é um mega projeto que irá atualizar nove zonas industriais, com estradas de alta velocidade, seis aeroportos cobrindo seis estados, 24 cidades verdes e muito mais.

Estudos apontam que a Índia deve construir cerca de 500 cidades até 2030 para acomodar o crescimento populacional. Esse número sobe para quase 10 mil no mundo até 2050, o que deve demandar algo em torno de US$10 trilhões de investimentos somente nos próximos dez anos! Mas toda essa modernização começa na automação de prédios novos e antigos.

Os edifícios são responsáveis por 41% do uso total de energia do mundo e cerca de 85% desse total é utilizado para aquecimento e arrefecimento enquanto 15% vai para a iluminação. Como os recursos energéticos se tornam cada vez mais escassos, tem aumentado a atenção com a otimização de energia e a eficiência de utilities nos edifícios novos ou antigos.

Além disso, exigências de conforto e segurança crescem e devem ser satisfeitas. Um edifício inteligente inclui hoje uma adaptável “temperatura de cor” de iluminação, controle de ar e luz tendo como base o sistemas de sombreamento, a individualização da automação nas salas para suprir as necessidades de controle da temperatura, da luz e de ar fresco. Em projetos de médio e grande porte, em particular, o foco também está em baixos custos de investimento e de operação para fornecer um rápido retorno sobre o investimento.

Todas essas expectativas dizem respeito a uma variedade de sistemas de construção. O resultado é que a eficiência, a segurança e o conforto são parcialmente atingidos porque as sinergias possíveis não são plenamente realizadas.

Técnicos despreparados precisam lidar com diferentes ambientes e tecnologias de programação.

As despesas para a instalação e manutenção são altas e uma colcha de retalhos de sistemas torna o conjunto inflexível e obsoleto no exato momento em que se solicitam alterações.

A automação predial pode ser implementada de maneira mais eficiente quando coordena e integra num único sistema de controle a automação de todos os serviços técnicos dos edifícios.

O controle baseado em software, muito empregado hoje em dia, pode ser implementado de forma barata. O uso de padrões abertos permite maior eficiência e possibilita um comissionamento via Internet.

“O integrador de sistemas pode montar o controle em sua própria oficina e já não tem viajar para as instalações do cliente para o comissionamento. A programação remota, a parametrização e o diagnóstico via internet reduz drasticamente a necessidade de comissionamento on site”, afirma Georg Schemmann, gerente de negócios para building automation da Beckhoff. O sistema integrado reúne as informações de todos os dispositivos em todos os momentos e usa

essas informações para otimizar os processos.“ Edifício integrado para nós significa que todos os sistemas do edifício podem ser controlados e regulados por meio de um sistema central com componentes individuais,” explica Georg Schemmann.

As possibilidades de economia de energia são particularmente impressionantes: um edifício integrado pela automação tem potencial de economia de energia de até 30%. E um sistema abrangente torna a idéia de edifício verde e das cidades inteligentes facilmente atingíveis.

 
 
 
 
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