Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 153– 2010

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Mercado fechado e segmentado


Motion control é um sub campo da automação onde a posição e a velocidade de uma máquina é controlada usando algum instrumento como uma bomba hidráulica, um atuador, um motor... Drives são equipamentos eletrônicos que variam e controlam a velocidade de um motor elétrico de corrente alternada e são usados em todos os segmentos industriais. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – Abinee, esse mercado no Brasil, gira em torno de R$ 340 milhões, numa estimativa baseada em 2008, e não cresceu ao longo de 2009. Raymond Schmitz, gerente de Produtos de Potência da Rockwell Automation, acredita que houve uma retração de 20% a 30% ao longo de 2009. Hoje em dia parece não se discutir a liderança da Weg na área de motores e, como não existem limites tecnológicos, o que se nota no segmento de Motion & Drives são limites estratégicos, segundo os quais as empresas que atuam neste segmento definem os nichos em que marcarão presença.

A Siemens, por exemplo, trabalha esse segmento dividindo-o em motores AC, motores DC, conversores AC, conversores DC, comandos descentralizados, softwares e componentes, cada qual com sua equipe. E ainda não inclui em motion equipamentos de maior porte, como os da marca Robicon. “É um setor fechado e a Siemens ainda divide o atendimento ao mercado segundo a atuação do cliente, como para elétrica, máquinas e ferramentas, etc. Porque cada tipo de usuário tem uma necessidade específica dentro de motion & drives ”, comenta o gerente de engenharia de aplicação da Siemens, Eduardo Maddarena.

De fato, algumas aplicações, como grandes ventiladores e bombas da indústria petroquímica, por exemplo, requerem faixas de potência bastante elevadas e muita capacidade – técnica e de capital – do fornecedor da solução. Até alguns anos atrás, havia limitação de inversores de baixa tensão, mas esta limitação está sendo superada pelo uso cada vez mais frequente de inversores de média tensão.

Maddarena comenta ainda que, no Brasil, o preço do produto ainda pesa muito na escolha e o chamado mercado M3 – equipamentos de qualidade, mas com menos funcionalidades – é o que mais tem crescido. “O M3 é forte, a não ser em alguns nichos, pressionados pela legislação de segurança, como o de prensas. Mas depende muito da fiscalização, como se nota no caso das máquinas para plásticos: a legislação existe mas, sem fiscalização forte, o que se viu foi uma enxurrada de novas máquinas chinesas que nem sempre cumprem a legislação local”.

Sempre comprar um motor novo, com mais tecnologia é mais seguro – e eficiente. Só que não é barato. Retrofitings são comuns e a tendência predominante é a da convergência de múltiplas disciplinas de controle em uma única plataforma. Por exemplo: antes, uma máquina usava um inversor para controlar o motor e também um CLP para controlar a máquina em si. Agora, cada vez mais, se integram as funções nos inversores.

“Esse é o caso do PowerFlex 753, lançado na Automation Fair deste ano, e também do PowerFlex 755, que a Rockwell Automation lançou mundialmente em meados de 2009. Com base numa demanda do mercado, desenvolvemos inversores que vão além da função básica deste equipamento, por terem controlador embutido”, esclarece Raymond. Outra forte tendência nesse segmento é o aprimoramento da capacidade de comunicação, permitindo que o inversor se integre a uma rede industrial, como a Ethernet/IP, por exemplo, que vem ganhando terreno. E tanto a capacidade de comunicação quanto a convergência de funções geram ganhos de produtividade uma vez que reduzem custos – do produto em si, de instalação e manutenção –, além de potencializar o desempenho do inversor e da própria máquina que o utiliza, que se torna mais ágil e versátil. Globalmente, vem crescendo a demanda do mercado por equipamentos que não façam uso de substâncias nocivas ao ambiente, como chumbo – esses produtos vêm sendo chamados de produtos Rohs – Restriction of Hazardous Substances –, e estão de acordo com a questão do impacto ambiental provocado pelo descarte de equipamentos elétricos e eletrônicos (conhecido em inglês pela sigla WEEE – Waste of Electronic Electrical Equipment). “Aí também a Rockwell Automation está sintonizada com a demanda, pois os PowerFlex 753 e 755 são ROHS. Além disso, todos os seus circuitos são envernizados e tropicalizados, para atender aplicações em ambientes agressivos, e possuem funções de diagnóstico preditivo e de segurança. Para o setor, a Rockwell oferece uma ampla linha de inversores de baixa e média tensão numa faixa de potencia que começa em 0,25HP e vai até 34 mil HP”, ressalta Raymond.A Endress+Hauser em conjunto com a CodeWrights lançou um software para trabalhar com EDDL e FDT em FF, baseado em mais um padrão do FDT Group - o iDTM (interpreter DTM) para a integração daqueles equipamentos que não possuem DTMs. Esse pacote de iDTMs está disponível no site da Endress+Hauser para download sem custos para o usuário. O próximo passo é o desenvolvimento de iDTMs para Fieldbus Foundation e Profibus.


 
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