Revista Controle & Instrumentação Edição nº 141 2008
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Flash
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Primeiro Workshop ARC no Brasil |
O ARC Advisory Group marcou sua
entrada no Brasil com a contratação, no
final do ano passado, do engenheiro Maurício
Kurcgant e, este ano, decidiu realizar
um primeiro seminário aberto apenas para
os usuários brasileiros de automação industrial
na área de processos. Com o tema “O Valor da Automação”, John Wason – VP de processos industriais -, Wil Chin – diretor de pesquisas -, e Dick Hill – VP
de serviços e manufatura -, reuniram cerca
de 80 profissionais dos mais variados
segmentos industriais do Brasil, com nível
gerencial ou superior. A conhecida empresa
de consultoria ficou satisfeita com a
resposta que obteve nos dois seminários,
realizados recentemente no Rio de Janeiro
e em São Paulo, e está convicta que a sua
ampla compreensão e conhecimento de
automação e dos sistemas pode contribuir
em muito com as empresas por aqui.
A ARC calcula que o mercado brasileiro
de automação e instrumentação
tenha superado em muito a casa de US$ 1
bilhão e, embora não considere que a tecnologia
em si seja uma estratégia, a arquitetura
de automação que se implementa
em um processo deve levar em consideração
os impactos que a tecnologia causa
nos negócios, direta ou indiretamente. “Eu diria que a tecnologia de
automação em particular, quando
aplicada de forma abrangente
na estratégia de negócios, é
um forte fator de alavancagem.
Acreditamos, e nossas pesquisas
mostram isso, que os benefícios
de uma boa estratégia de implementação
da automação eleva
os ganhos além do esperado
pelo projeto original. A estratégia de negócios
deveria considerar que a automação
do momento do start up é só o começo
em termos de melhoria de desempenho
operacional e de manutenção da planta.
As ferramentas de automação possibilitam
um programa contínuo de melhorias”, comentou
Dick Hill.
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Wason: localizar um problema
pelasuperporção de diferentes métricas |
John Wason definiu o benchmarking
e discutiu a utilidade de se auto-avaliar
em comparação com outras empresas.
A identificação de métricas adequadas e
uma boa performance de medições são
a base para uma pontuação que, no final
das contas, é muito mais profunda do que
simplesmente ser a primeira, segunda, terceira
ou décima da lista; é reconhecer as
práticas que estão dando certo em outras
empresas, é adquirir informação e desenvolver
estratégias para melhorias contínuas.
Então, benchmarking acaba sendo
uma ferramenta de melhoria dos negócios
e de aplicação de tecnologias de sucesso.
A discussão mostrou que se pode aplicar
a técnica dentro da própria empresa,
comparando quantitativamente unidades,
processos e serviços - , fora da empresa
no mesmo setor de atuação e ainda em
setores diversos quando se tratar de meio
ambiente, por exemplo. Mas é preciso estabelecer
uma cultura interna que permita
a aplicação do benchmarking e empenho
em aplicá-la, para se obter os benefícios. E
a cultura de cada empresa impõe diferentes
significados para as mesmas palavras, o
que pode prejudicar uma boa avaliação.
A ARC mantém um consórcio para a realização
de benchmarking que engloba 138
plantas de 30 companhias, como Basf, Du
Pont, Lyondell, Lilly, Exxon e BP, de vários
segmentos de mercado.
Wason exemplificou como se pode
localizar um problema pela simples superposição
de diferentes métricas de benchmarking.
Foi discutido como exemplo, um
benchmarking de alarmes por operador. “Se você der o devido valor às métricas
e suas medições estiverem corretas, vai
poder desenvolver boas práticas. É sempre
bom lembrar que cada levantamento
e pontuação feitos são apenas uma parte
da jornada – não a chegada ao destino
final. E não esquecer que essas análises
são uma excelente base para criação de
evidências – para apresentar aos superiores,
por exemplo – de que a automação
agrega valor, muito valor”. |
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Seminários realizados em São Paulo e no Rio de Janeiro |
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Wason acrescentou que planejar a automação
de forma estratégica é fundamental
para que tudo isso faça sentido. Deve-se
pensar em um plano multifuncional, que
inclua automação, TI, treinamento, logística.
Deve ser de longa duração – para não
menos que cinco anos – e que focalize os
principais gaps – ganhos rápidos constroem
confiança. Mas não se deve automatizar
somente por automatizar, é preciso mostrar
que se está agregando valor. Sobre os
ganhos financeiros que as empresas têm
ao utilizar tecnologias ou benchmarking,
Wason comentou que a própria ARC tinha
dificuldade de obter esses dados junto às
empresas e por isso desenvolveu uma metodologia
para inferir esses ganhos.
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Chin: wireless cresce a taxas de 32% ao ano |
O wireless também foi matéria de
análise – por parte do diretor de pesquisas,
Wil Chin, que vem conversando com
usuários há quatro anos sobre o tema. E algumas coisas importantes a considerar são a escolha do tipo de rede e a fonte de
energia – baterias, energia por cabo, baterias
recarregáveis... Existem pesquisas que
permitem otimismo sobre o assunto. A
tendência a que o wireless entre de vez no
dia a dia das indústrias parece irreversível
pois a tecnologia vem crescendo a taxas de
32% ao ano, segundo pesquisa da ARC de
2008. A Consultoria não quis apostar em
qual norma seguir, discorreu sobre o Wi-Hart, a ISA 100 e a IEEE 802.15.4/Zigbee.
Acredita que a rede mesh seja a que mais
facilmente vai conquistar mercado, embora
acredite que a tecnologia ponto a ponto
ainda será a mais considerada para ambientes
críticos.
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Dick Hill: bom gerenciamento de alarme |
A platéia sentiu-se confortável com
a exposição de Dick Hill, VP de serviços
e manufatura, sobre Gerenciamento de
Alarmes. Como incluir alarmes ficou muito
mais barato que há alguns anos atrás
– as plantas estão cheias deles. Na maioria
dos casos não há um gerenciamento
adequado, o que leva à necessidade de
uma filosofia definida para tratar situações
anormais, incidentes e alarmes. Segundo
Dick, o NIST estima que US$ 20 bilhões
se perdem anualmente nos EUA por causa
de situações anormais – e 40% desse totalé causado por erros humanos. A ARC
sugere uma metodologia que combina Six
Sigma com Melhores Práticas e Benchmarkings. “Um bom gerenciamento de alarme
inclui propósito e guia de princípios,
indicadores de performance por alarme,
gerenciamento para alterações quando
necessárias, políticas de acesso, definição
de quem é o gestor do alarme, definições
em geral - também sobre o que é uma
situação normal ou anormal-; associação
de dados a eventos, métodos, política de
suspensão de alarmes, normas, e muito
mais, desde que seja relevante para a
operação”.
Também é preciso determinar as
ações a serem tomadas para cada tipo de evento, relacionar conseqüências e priorizar
urgências. E procurar parâmetros como
os da EEMUA que estipulou que um alarme
por minuto é inaceitável; cinco alarmes por
minuto podem ser gerenciados mas o ideal é menos de um a cada dez minutos. |
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Wason discorreu
sobre cyber security
começando pela migração
do Unix – que
era mais robusto mas
difícil de utilizar – para
o ambiente Windows.
Mas lembrou que a segurança
deve estar atenta a todo e qualquer software envolvido e
que disciplina, normas e método são importantes para manter os
sistemas em ordem.
Ronaldo Magalhães, da Petrobras, resumiu assim o trabalho
que a ARC apresentou: “sempre achamos que sabemos de tudo
isso e vamos utilizar todas essas ferramentas. Mas vê-las assim,
sistematizadas, é muito bom e facilita o trabalho”.
A impressão de sistematização do conhecimento era geral e,
de certa forma, surpreendeu os executivos da ARC que,
perguntados sobre sua impressão a respeito dos profissionais
brasileiros, foram unânimes: “Em nossa cabeça
vêm três palavras para definir o técnico brasileiro: profissional,
dedicado e apaixonado por automação”. |
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Essa paixão ficou ainda mais nítida à medida que
mais e mais era solicitado aos palestrantes; os brasileiros
queriam números! Os diretores da ARC falaram um
pouco sobre pesquisas recentes mas explicaram que
muitos dos serviços e produtos da Consultoria são relatórios
fechados – e pagos por quem solicitou a pesquisa.
Existe muita informação livre no website www.arcweb.com. Registrando-se no site, mais informação
passa a ser disponibilizada. Tornando-se membro, o
acesso às informações aumenta muito mais e o escopo
dessa filiação depende do interesse da empresa – entre
em contato com mkurcgant@arcweb.com para mais
detalhes. |
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Mas porque a ARC só se voltou agora para o Brasil?
Dick Hill lembra que a Consultoria mantém atividades
no Brasil e em outros países da América do Sul
mas, como empresa de pesquisa, muito da atividade se
desenvolve na própria sede da empresa. “Nossas pesquisas
são mais direcionadas para os usuários e líderes
do setor, o que nos permite reuniões periódicas, sem
uma base fixa. Mas sim, pretendemos ter uma atividade
maior no Brasil, no futuro, o que demonstraremos
não apenas com nossas pesquisas mas também com
nossa presença aqui”, finalizou John Wason. Os executivos
da ARC também apresentaram partes de relatórios
recentes sobre os assuntos discutidos lembrando
que a Consultoria está terminando um estudo sobre os
SDCDs na América Latina, que estará pronto em dezembro
deste ano.
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