Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 135 – 2008

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Variável mais medida na indústria ganha linha de montagem no Brasil
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Vista parcial da nova linha de montagem

Apesar da divulgada super durabilidade da instrumentação de hoje em dia, o quanto um instrumento vai continuar trabalhando depende muito das condições ambientes do processo, da instalação e da manutenção. Independente da qualidade da marca desses instrumentos, eles precisam ser bem usados. E, com exceção de problemas de instalação e do famoso zero, não se ouvem queixas sobre a instrumentação das grandes marcas, que disputam um mercado exigente. Mas, se duram tanto, como vendem tanto?

Além das novas plantas, existem as atualizações e cada vez mais o desejo de controlar e medir melhor e espaços nas plantas onde se poderiam monitorar mais esta ou aquela variável... O que se mede?

Pressão pode ser definida como a força por unidade de área exercida pelo fluido de processo, e pode ser classificada em: Absoluta – que toma como referência o vácuo absoluto; a Manamétrica - que toma como referência a pressão atmosférica do ambiente onde a medição esta sendo feita; e a Diferencial - que e a diferença de pressão entre dois pontos medidos simultaneamente. Unidades típicas de pressão são: Pascal (N/m2), Atmosferas, Bar, milímetros de mercúrio, Torr, etc .

Medição de pressão é, indiscutivelmente, a mais comum em plantas de processos industriais. Quando um medidor de pressão é instalado numa planta, não necessariamente vai medir e transmitir a pressão daquele processo específico. Outras variáveis podem ser inferidas a partir da pressão. Um número conservador apontaria para o fato de que cerca de 50% das medições de vazão são feitas por medidores de pressão diferencial. Mede-se também nível por pressão diferencial. Uma forma de saber quando um filtro está sujo é medir a pressão à jusante e à montante, pois a pressão diferencial aumenta conforme há acúmulo de sujeira.

Transmissores de pressão combinam uma parte sensora que, conectada ao processo, mede a pressão, e uma parte eletrônica que, além de tratar o sinal do sensor (por exemplo, extraindo a raiz quadrada no caso de uma pressão diferencial medida para inferir a vazão através de uma tubulação), produz um sinal de transmissão padronizado. Padrões típicos para sinais de transmissores são os analógicos, os 4-20mA, e os protocolos digitais como Hart e FF. Mas os sensores de pressão baseados na tecnologia de célula capacitiva, são considerados os de melhor desempenho e durabilidade em ambientes industriais. Originalmente criadas pela Rosemount para o programa espacial Apollo da NASA, as células capacitivas, incorporando vários avanços tecnológicos, são parte integrante dos transmissores de pressão Rosemount/Emerson que estarão sendo montados no Brasil a partir de abril deste ano.

Segundo Paulo Garrone, diretor da Emerson Process Management, a empresa está reproduzindo fábricas de montagem em várias partes do mundo e o hub brasileiro é apenas a primeira fase de um projeto. “Escolhemos os transmissores de pressão porque esta é a variável mais medida na indústria sendo portanto o instrumento de maior demanda. Além disso, o produto é o que apresenta a maior gama de configurações distintas, tornando virtualmente impossível manter em prateleira todas as opções para cobrir necessidades emergenciais dos nossos clientes”.

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Paulo Garrone, diretor da Emerson Process Management, corrobora o compromisso da empresa com o Brasil

A nova linha de montagem da Emerson tem como objetivo melhorar o atendimento aos clientes porque seus produtos já são referência em tecnologia e qualidade e inovação, fornecendo uma medição robusta e confiável. “Em alguns mercados precisamos agilizar o atendimento; no Brasil, um cliente que precise de uma peça de reposição liga pra nossa fábrica e, se ela está em estoque é rápido, mas devido grande e variada base instalada que temos no país, nem sempre temos as peças exatas em tempo hábil. Com uma linha de produção desses instrumentos agregaremos maior rapidez”. O desenvolvimento do projeto da linha nova começou no segundo semestre de 2006. A intenção da empresa é incorporar outros produtos à linha de montagem brasileira que, em breve, passará a atender também os países do Cone Sul.

A nova linha de montagem da Emerson agrega as partes do transmissor, configura, calibra, monta e envia. O processo de calibração – ponto delicado de qualquer instrumento de medição - é automático e computadorizado, com precisão de três a quatro vezes melhor que o padrão de referência, considerado o estado da arte e exatamente o mesmo que a empresa aplica em qualquer outra fábrica sua do mundo.

“Entre os instrumentos que vamos montar aqui está o topo da família, o 3051-S, escalonável, com diagnósticos avançados”, acrescenta Garrone. “Num mundo cada vez mais globalizado, e conseqüentemente mais competitivo, plantas novas ou existentes, têm a necessidade não só de melhores medições e controles, como também de maior disponibilidade e eficiência nos processos. Com isso os transmissores de hoje precisam ir além de simplesmente gerar medição de variáveis de processo. Eles devem também ajudar a diagnosticar prematuramente problemas na “saúde” da instalação ou mesmo do processo. Um exemplo clássico é o diagnóstico de tomadas entupidas, presente nos nossos transmissores 3051. Esse tipo de diagnóstico é importante porque auxilia na segurança do equipamento, do pessoal e da planta, além de prevenir perda de matéria-prima e produtos fora de especificação devido a medições falsas. Para desenvolver esse diagnóstico, além de contar com sensores de alto desempenho e velocidade, a Emerson implementou no instrumento um algoritmo que reconhece o perfil de pressão e ruído do processo e qualquer alteração é detectada”.

A Emerson Process Management inaugura em abril essa célula de produção de transmissores de pressão Rosemount, em Sorocaba (SP), e com essa linha de montagem de alta tecnologia, certificada nos padrões internacionais da marca, a nova instalação terá capacidade para produção de até 19 mil unidades ao ano, todas com certificação Inmetro, para diversos tipos de processos industriais. Os transmissores produzidos no país serão os top de linha, que também possuem uma versão em wireless, SIS e SIL II. E, com a produção feita no Brasil, a Emerson poderá entregar pedidos emergenciais em até 24 horas, incluindo o Brasil em seu Programa STAR - Suprimento de Transmissores com Atendimento Rápido.

Segundo Paulo Garrone, a linha de montagem foi desenvolvida em conjunto com uma equipe de engenheiros de manufatura da Rosemount norte americana, seguindo o mesmo padrão de qualidade e processos empregados pela matriz. Para garantir o mesmo nível de excelência, os funcionários da nova unidade de negócios foram enviados aos Estados Unidos para receber treinamento específico para operar no Brasil, assim como já acontece nas fábricas da Europa e Ásia. “O conceito utilizado na linha de manufatura foi o lean-line – manufatura enxuta –, com o objetivo de organizar e planejar a operação para que toda a perda nos processos seja eliminada ou reduzida. A linha é só mais uma mostra do compromisso que a Emerson tem com o mercado brasileiro”.

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O 3051-S é escalonável: o usuário pode ir agregando funcionalidades

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