Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 134 – 2008

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Automação Industrial fatura R$ 3,0 milhões

O segmento de Automação Industrial encerrou 2007 com crescimento de 11% no faturamento, que saltou de R$ 2,7 bilhões para R$ 3,0 bilhões, em comparação com o registrado em 2006. Segundo o diretor da área de Automação Industrial da Abinee, Nelson Ninin, o aumento está atribuído aos investimentos realizados para atualização e expansão das plantas industriais em setores específicos como petróleo, açúcar e álcool, mineração e siderurgia, automobilístico e papel e celulose.  

Embora o segmento tenha obtido bom desempenho em 2007, o executivo comentou que havia a possibilidade da área ter expandido mais. “Este ano foi bom, mas poderíamos ter crescido 20% ao invés de 11%. Isso não ocorreu porque o setor faturou R$ 3,0 bilhões e importou US$ 1,7 bilhão. A maioria das empresas importa os componentes e faz a integração e o complemento da fabricação no Brasil”, detalhou.

Ninin também ressaltou a dificuldade que o setor enfrenta em encontrar mão-de-obra especializada. “Existe capacidade de investir e há empresas em condições de atender ao mercado, mas a gargalo está na engenharia especializada. Com o aumento dos grandes projetos, muitas empresas de prestação de serviços e o usuário final disputam os engenheiros e os técnicos especializados na área”.

A indústria eletroeletrônica findou este ano com faturamento de R$ 112,4 bilhões, um crescimento de 8% em comparação a 2006, com R$ 104,08 bilhões. Com exceção de Utilidades Domésticas cujo faturamento ficou no mesmo patamar de 2006 (R$ 16,5 bilhões), os negócios de todas as demais áreas aumentaram no período. Para o gerente do Departamento de Economia da Abinee, Luis Cézar Elias Rochel, os investimentos em infra-estrutura no País e a expansão do mercado interno foram os principais motivadores para esse desempenho. Comprovação desse crescimento foi o aumento no número de empregados no setor, que neste ano deverá atingir 155 mil trabalhadores, com a contratação de 12 mil funcionários.

Segundo Rochel, o déficit do comércio internacional gerado pelos produtos elétricos e eletrônicos em 2007 foi de US$ 14,4 bilhões, 38% acima do auferido em 2006, de US$ 10,5 bilhões. Já as exportações continuaram estáveis, alcançando US$ 9,2 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 23,6 bilhões, o que representou elevação de 20% em relação ao ano passado. Os equipamentos para automação industrial; componentes eletroeletrônicos, equipamentos industriais e da  área de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica – GTD, especialmente os transformadores, foram os que alavancaram as exportações.

Os produtos mais exportados, em 2007, foram os telefones celulares; componentes para equipamentos industriais; motocompressor hermético; eletrônica embarcada; motores e geradores; transformadores; refrigeradores; outros equipamentos industriais; cabos para telecomunicações e material elétrico de instalação.

As importações foram puxadas pelas áreas de Automação Industrial; Equipamentos Industriais; GTD; Informática e Telecomunicações. Os semicondutores; componentes para informática e para telecomunicação; instrumentos de medida; eletrônica embarcada; equipamentos para informática e industriais; e outros eletrodomésticos foram os produtos mais importados neste ano.

Perspectiva para 2008

Em 2008, o faturamento da indústria eletroeletrônica deverá atingir R$ 123 bilhões, um crescimento de 9% em comparação a 2007.   Para o setor de Automação Industrial, a Abinee prevê uma expansão de 14%, o que renderá R$ 3,4 bilhões. “Nós estamos com uma carteira grande de negócios e acreditamos que 2008 será muito bom”, presumiu Ninin.
Segundo o gerente do Departamento de Economia da Abinee, Luis Rochel, a Associação estima que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC vão gerar negócios para os setores de Material Elétrico de Instalação, em decorrência da expansão da indústria da Construção Civil e GTD. Outra projeção é a continuidade dos investimentos produtivos no Brasil em 2008, que manterão as boas perspectivas para as áreas de Automação Industrial e Equipamentos Industriais.

Para 2008, também está previsto que as exportações de produtos elétricos e eletrônicos permaneçam na mesma posição de 2007, com US$ 9,3 bilhões. Quanto às importações, considerando a manutenção do câmbio nos níveis atuais, deverão exercer forte concorrência à produção nacional. A estimativa é de que somarão US$ 29,9 bilhões, com crescimento de 26%.  E o déficit do Setor Eletroeletrônico será da ordem de US$ 20,6 bilhões, o que representará um aumento de 43%.

Em relação às mudanças políticas feitas pelo Governo, o presidente da Abinee, Humberto Barbato, avalia que o fator mais preocupante é a elevação é a elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. Isso porque, segundo ele, as empresas - em função do incremento da economia - devem buscar financiamentos nos bancos. E com o aumento da CSLL, as operações serão mais taxadas e, conseqüentemente, ficarão mais caras. Já a ascensão do IOF, apesar de aumentar a já elevada carga tributária sobre o setor produtivo, na prática será uma continuidade da extinta CPMF, visto que a taxa passou a ser a mesma e está incorporada ao dia-a-dia das empresas.


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