Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 124 – 2007
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Novo Scoa é a inovação da Sabesp

Em busca da tecnologia, a Sabesp vem modernizando seu Sistema de Controle Operacional do Abastecimento – Scoa, através do seu contrato firmado com a Chemtech Siemens. O novo Scoa monitora e controla a distância o nível de 258 reservatórios, 127 bombas telecomandadas, 389 automáticas, 207 pontos de pressão e 214 de vazão. Toda essa operação é realizada pelo Centro de Controle Operacional – CCO, que tem também sofreu reformulações. Ganhou novos equipamentos, um telão de vídeo e um sistema de controle de acesso físico.

O novo projeto tem como objetivo proporcionar benefícios à companhia, como sistema de apoio à decisão integrado a todas as ferramentas de controle; sistema de inteligência operacional – XHQ – que disponibiliza índices de desempenho por estação remota, área, unidade e corporativos. E ainda possibilita a comparação de dados entre os diversos sistemas corporativos da Sabesp, como consumo de água pela população em contra balanço com a de água tratada. Além disso, o Scoa controlará e simulará toda água potável que chega aos reservatórios de São Paulo, e redirecionará às residências.

“Esse contrato entre a Sabesp e a Chemtech Siemens foi financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, e está dentro do Projeto Tietê. O novo Scoa, no momento, está em operação assistida, mas sua implantação completa está prevista para o final de março. Inclusive, iremos expandi-lo para os demais processos operacionais. Como, por exemplo, para a distribuição de água e coleta de esgoto. Essa ampliação será concluída no prazo de até final de 2007”, afirma o gerente do Departamento da Produção da Sabesp, Amauri Pollachi.

Fatores decisivos para essas implantações foram à integração entre processos operacionais com benefícios de redução de perdas, de consumo de energia e outros insumos e melhorias de sistemas produtores e instalações; implantação do processo de Gestão de Operação; planejamento com modelos previsionais e otimizadores; integração com sistemas corporativos; avaliação pró-ativa dos indicadores operacionais; pleno atendimento às exigências da Lei Sarbannes – Oxley; incremento de segurança operacional, confiabilidade e rastreabilidade; projeto de automação e tecnologia da informação e o direcionamento de recursos para investimentos com melhor retorno.

Para otimizar o novo Scoa foi integrado o sistema Scada Power CC, da Siemens, que apresenta uma mudança gráfica e utiliza protocolo de comunicação padrão, OPC Server, o qual facilita sua expansão. “Um dos pontos fortes do Scoa é a integração dos sistemas corporativos, como o GIS - Sistema de Informações Geográficas no Saneamento, que aqui o batizamos de Signos”, revela Amauri Pollachi.

Ainda dentro da formação do Scoa, o Process Information Management System - PIMS Simatic Historian, da Siemens, substituiu o banco de dados do antigo sistema, e guarda todas as informações do processo, garantindo desempenho e rastreabilidade. “É importante ressaltar que antes o Scoa não possuía o PIMS, mas um banco de dados, no qual armazenava somente os valores de cada instrumento daquele dia. Se você quisesse consultar minuto a minuto uma medição de cinco anos atrás, isso era muito difícil. Já, com PIMS é permitido ter essas informações. Ele é bem mais completo, tanto que os números anteriores não se perderam”, esclarece o gerente de Projeto da Chemtech, Luiz Antônio Mello.

Também faz parte do conjunto novo Scoa o Sistema de Gestão de Adução – SGA, que substitui diversas aplicações em uma única integrada, além de agregar novas funcionalidades e ser executada sobre uma plataforma mais moderna, a Microsoft.Net. Além disso, o SGA possui módulos de planejamento de eventos e ocorrências, macromedição, apoio à decisão da simulação, cadastros, interface com sistemas corporativos e cálculos de índices.

Estão inclusos ainda no SGA dispositivos móveis (PDAs) sintonizados com banco de dados do sistema de gestão. Isso permite que as equipes de operação volante registrem os dados de execução de solicitações de serviços e leitura de macromedição diretamente do campo. “O operador dirige-se até o local onde ocorreu o problema e verifica os procedimentos a serem tomados. Caso seja simples, ele mesmo resolve. Se for mais complexo, o funcionário armazena no PDA todas as informações. Depois disso, volta para o campo e conecta o aparelho na base, sincroniza e manda os dados via rede. O PDA veio para agilizar a execução das tarefas e aumentar a qualidade das informações”, acrescenta Pollachi.

Outra novidade do sistema é a simulação que é realizada através do software Watercard. São desenvolvidos modelos georeferenciados de toda rede de adução e simulados em diferentes cenários. Os dados são repassados para o SGA, que os executam computacionalmente e valida os resultados. “A simulação é permanente. Todos os dados ficam gravados para serem comparados com a situação real. Portanto, a partir daí, podemos avaliar se o planejamento e a operação estão corretos. Isso nos dá a possibilidade de melhorar os procedimentos”, enfoca o gerente da Sabesp.

Dentro de toda a inovação do projeto está presente o XHQ, da Siemens, um software de visualização de dados que publica as informações, e permite fazer a consulta de relatórios e índices de desempenho pela intranet. Este software funciona como uma página da web.

Todo esse Programa de Modernização da Sabesp já vem desde 1997, com a troca de operação por microcomputadores; implantação de sistema de recorrência; eliminação das Estações Centrais de Telemetria; melhorias no software e substituição da instrumentação original. Em 2002, houve modificações das Estações Remotas de Telemetria Autophon por CLPs Mauell; migração do Scoa para ambiente Windows (WinScoa) e a inserção de comunicação por frame relay.

Como era o antigo Scoa?

O antigo Scoa não permitia a expansibilidade, a visualização gráfica de conjunto ou subconjunto do sistema, que abrange a malha de 1270 km de adutores, e todos os sistemas e subsistemas, a interface gráfica e a integração em rede.

Era um sistema alfanumérico, ou seja, a consulta ao banco de dados era muito limitada. Além de exigir total experiência do operador no Centro de Controle Operacional.


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