Revista Controle & Instrumentação – Edição nº 122 – 2006
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Longo caminho rumo ao ótimo
A indústria de petróleo e gás também está absorvendo tecnologias digitais, Gerenciamento de Ativos, Otimização em Tempo Real, Programação de Produção que integram as plantas com os sistemas corporativos em busca da excelência operacional.

A busca pela maximização das margens operacionais é quase uma obsessão. Podendo ser obtida pela análise de milhares de variáveis que alimentam os softwares otimizadores do planejamento e da produção, a tal maximização é, na verdade um caminho perpétuo que é trilhado mesmo por quem já tem estruturados seus controles – sejam eles regulatórios, preditivos, de segurança...

Para quem está avançado no caminho, as otimizações são uma constante: Otimização em Tempo Real para decidir o que produzir, muitas vezes com uma intersecção com a Programação de Produção – que também tem objetivos econômicos, mas que se interessa pela rentabilidade da empresa como um todo, e não de uma única unidade – é um luxo ainda para o setor de óleo e gás, mas com alguns pilotos de scheduling rodando pelo mundo.

Mas os objetivos básicos do caminho permanecem inalterados: demanda por processos mais seguros, ambientalmente corretos – menor consumo de energia e insumos, processos limpos com baixa emissão de poluentes. O que aumentou foi o nível de desempenho aceitável – cada vez mais restritivo, tem exigido maior confiabilidade, mais qualidade do produto e aumento na eficiência operacional.

E a automação possui ferramentas poderosas para ajudar no aumento de competitividade e, entre elas, técnicas de controle avançado e otimização em linha dos processos e as tecnologias de gerenciamento de ativos suportadas por instrumentação inteligente. A tecnologia digital permite que um sistema colete informações dos mais diversos tipos e finalidades, como ninguém jamais imaginou – e neste sentido, é possível transformar bytes em um relacionamento lucrativo e obter também um ganho qualitativo: quanto mais informação sendo processada, melhor uma planta pode ser operada.

Mas os processos demandam muito mais pontos de medição e controle para atender a requisitos de segurança de processos, meio-ambiente, qualidade e redução de custos operacionais. A integração dos sistemas de controle desde as plantas até os sistemas corporativos – da cadeia de suprimentos da matéria prima ao produto acabado colocado nos clientes, e da cadeia de desenvolvimento de produtos até o relacionamento com clientes – serão grandes desafios. Os profissionais de automação têm que lidar com diversos tipos de redes de comunicação, protocolos, ‘gateways’, ‘firewalls’ e diversos sistemas integrados. E há que se reconhecer que os principais fornecedores de instrumentação e sistemas têm correspondido às expectativas com investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento, resultando na oferta de produtos de melhor relação custo-benefício.

Se as indústrias do setor petroquímico prevêem investimentos em torno de R$ 1,5 bilhão em automação e instrumentação até 2010 – só em novos projetos – o setor de petróleo, liderado no país pela Petrobras, eleva esse total em muito se pensarmos que a média do percentual destinado à automação em um projeto fica entre 10% e 15% do total do empreendimento. A Petrobras prevê investimentos tanto nas novas plataformas e unidades quanto na atualização tecnológica de seu parque instalado.

As modernizações e upgrades nas plantas existentes multiplicam o valor investido em automação. Um levantamento da situação da automação na indústria química feito há dois anos mostrava a migração para novas tecnologias – cerca de 55% das empresas químicas tinham sua instrumentação baseada em sistemas microprocessados, e 16% possuem redes de comunicação. Ainda que o setor de óleo e gás seja mais cuidadoso em inserir novas tecnologias em seus processos e que em muitos desses processos o nível de segurança exigido seja quase um bloqueador de algumas novas tecnologias, elas estão sendo privilegiadas em alguns projetos.

Um breve levantamento entre os engenheiros ligados à instrumentação e automação industrial mostra quais são os desafios tecnológicos com os quais a automação se depara: a implantação de tecnologias wireless, asset management, migração para controles preditivos e integração da planta aos sistemas corporativos. O que ainda não existe é uma sistemática reconhecida que permita mensurar o retorno sobre o investimento nessas novas tecnologias – e na falta de uma metodologia, os engenheiros acabam recorrendo a técnicas tradicionais de análise de investimentos, o que nem sempre favorece as novidades.


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