A busca pela maximização das margens
operacionais é quase uma obsessão. Podendo ser obtida
pela análise de milhares de variáveis que alimentam
os softwares otimizadores do planejamento e da produção,
a tal maximização é, na verdade um caminho
perpétuo que é trilhado mesmo por quem já tem
estruturados seus controles sejam eles regulatórios,
preditivos, de segurança...
Para quem está avançado no caminho, as otimizações
são uma constante: Otimização em Tempo Real
para decidir o que produzir, muitas vezes com uma intersecção
com a Programação de Produção
que também tem objetivos econômicos, mas que se interessa
pela rentabilidade da empresa como um todo, e não de uma
única unidade é um luxo ainda para o setor
de óleo e gás, mas com alguns pilotos de scheduling
rodando pelo mundo.
Mas os objetivos básicos do caminho permanecem inalterados:
demanda por processos mais seguros, ambientalmente corretos
menor consumo de energia e insumos, processos limpos com baixa emissão
de poluentes. O que aumentou foi o nível de desempenho aceitável
cada vez mais restritivo, tem exigido maior confiabilidade,
mais qualidade do produto e aumento na eficiência operacional.
E a automação possui ferramentas poderosas para ajudar
no aumento de competitividade e, entre elas, técnicas de
controle avançado e otimização em linha dos
processos e as tecnologias de gerenciamento de ativos suportadas
por instrumentação inteligente. A tecnologia digital
permite que um sistema colete informações dos mais
diversos tipos e finalidades, como ninguém jamais imaginou
e neste sentido, é possível transformar bytes
em um relacionamento lucrativo e obter também um ganho qualitativo:
quanto mais informação sendo processada, melhor uma
planta pode ser operada.
Mas os processos demandam muito mais pontos de medição
e controle para atender a requisitos de segurança de processos,
meio-ambiente, qualidade e redução de custos operacionais.
A integração dos sistemas de controle desde as plantas
até os sistemas corporativos da cadeia de suprimentos
da matéria prima ao produto acabado colocado nos clientes,
e da cadeia de desenvolvimento de produtos até o relacionamento
com clientes serão grandes desafios. Os profissionais
de automação têm que lidar com diversos tipos
de redes de comunicação, protocolos, gateways,
firewalls e diversos sistemas integrados. E há
que se reconhecer que os principais fornecedores de instrumentação
e sistemas têm correspondido às expectativas com investimentos
significativos em pesquisa e desenvolvimento, resultando na oferta
de produtos de melhor relação custo-benefício.
Se as indústrias do setor petroquímico prevêem
investimentos em torno de R$ 1,5 bilhão em automação
e instrumentação até 2010 só
em novos projetos o setor de petróleo, liderado no
país pela Petrobras, eleva esse total em muito se pensarmos
que a média do percentual destinado à automação
em um projeto fica entre 10% e 15% do total do empreendimento. A
Petrobras prevê investimentos tanto nas novas plataformas
e unidades quanto na atualização tecnológica
de seu parque instalado.
As modernizações e upgrades nas plantas existentes
multiplicam o valor investido em automação. Um levantamento
da situação da automação na indústria
química feito há dois anos mostrava a migração
para novas tecnologias cerca de 55% das empresas químicas
tinham sua instrumentação baseada em sistemas microprocessados,
e 16% possuem redes de comunicação. Ainda que o setor
de óleo e gás seja mais cuidadoso em inserir novas
tecnologias em seus processos e que em muitos desses processos o
nível de segurança exigido seja quase um bloqueador
de algumas novas tecnologias, elas estão sendo privilegiadas
em alguns projetos.
Um breve levantamento entre os engenheiros ligados à instrumentação
e automação industrial mostra quais são os
desafios tecnológicos com os quais a automação
se depara: a implantação de tecnologias wireless,
asset management, migração para controles preditivos
e integração da planta aos sistemas corporativos.
O que ainda não existe é uma sistemática reconhecida
que permita mensurar o retorno sobre o investimento nessas novas
tecnologias e na falta de uma metodologia, os engenheiros
acabam recorrendo a técnicas tradicionais de análise
de investimentos, o que nem sempre favorece as novidades.
|