Um conceito básico para começar a tratar
um evento típico de alarme é a identificação
das regiões onde exista a possibilidade de formação
de uma atmosfera explosiva. Depois disso, são adotadas diretrizes
específicas para a determinação e instalação
de equipamentos elétricos e eletrônicos nessas regiões,
de forma a evitar que os mesmos sejam fontes de ignição
e possam vir a causar explosões. A partir daí, separam-se
regras de segurança, mas cuida-se dos sistemas de alarme
seguindo os mesmos passos, lembrando sempre que alarmes relacionados
à segurança não devem ser parte dos sistemas
de controle.
Henrique Osvaldo Rodrigues e Érika Hamacek Pinto, da equipe
da Gerdau Açominas de análise de sistemas industriais,
trabalham com a definição de que alarmes são
mensagens de aplicações usadas para notificar os operadores
de condições excepcionais na planta e devem ser gerados
sempre que condições pré-definidas existirem,
ou seja, cada alarme tem características e propriedades diferentes
em sua definição, mas pede solução para
um problema.
O mais comum é o alarme estar ligado a uma única
variável, de forma que variáveis de controle com valores
abaixo de seu limite inferior ou acima de seu limite superior seriam
eventos típicos para gerar alarme. Mas também geram
alarme defeitos intrínsecos do equipamento, sejam eles mecânicos
ou elétricos, e um conjunto de eventos que, ocorrendo
juntos, determinam a geração de um outro único
evento indicando situação de alarme.
Geralmente, um alarme digital se caracteriza por iniciar quando
alguma variável atinge valor 0 ou 1, além de também
poder ser definido em mudança de estado. Já os alarmes
analógicos apresentam 4 faixas de valores: muito baixo, baixo,
alto e muito alto. Um bom alarme deve despertar o operador
para o fato de aconteceu uma mudança, informar sua natureza
e a ação que deve ser tomada, lembra o engenheiro
de aplicação da GE Fanuc, Christian Vieira.
A tecnologia possibilitou que cada vez mais se refinasse as definições
para a emissão de um alarme e as plantas começaram
a monitorar, gerenciar e alarmar com mais precisão. E também
incontáveis vezes, transformando a geração
de alarmes em um problema. Como frisa a engenheira Cláudia
Jovita, da Chemtech, um sistema de alarmes que não tenha
sido avaliado adequadamente pode conter muitos alarmes desnecessários,
que não têm informações relevantes para
o operador. Isso faz com que, muitas vezes, o operador não
dê atenção para pontos importantes. Para
que os alarmes não se tornem um incômodo desnecessário,
todo alarme deve ser útil e relevante para o trabalho do
operador e deve requerer uma ação que possa ser tomada.
Além disso, o operador deve ter tempo suficiente para a execução
da resposta sem que o alarme sono continue ativo.
Mas gerenciamento de alarmes é um conjunto de procedimentos
e ferramentas. Não uma ação de curto prazo,
mas uma prática contínua que visa obter melhor desempenho
operacional da planta. Um programa de avaliação do
sistema de alarmes envolve diversas áreas e, neste contexto,
o software de gerenciamento de alarmes é uma ferramenta de
análise e diagnóstico que serve como base para um
programa amplo.
De um tempo para cá, foram criadas ferramentas, metodologias
e procedimentos que permitem o levantamento de dados para identificar
eventos existentes. Permitem a classificação e priorização
destes eventos e sua associação a alarmes; o tratamento
da geração on-line e histórico de alarmes;
a criação de interfaces para apresentação;
a produção de relatórios analíticos
e sintéticos de eventos e alarmes; o suporte a uma base de
dados de tempo real, on-line; a manutenção e
suporte da base de dados ; a elaboração da análise
de eventos e alarmes; a elaboração de diagnósticos
em função dos eventos e alarmes ocorridos - em tempo
real, on-line.
Como bem define Maurício Posser, da Trisolutions, gerenciamento
de alarmes é toda uma sistemática aplicada de forma
a manter o sistema de alarme operando de forma segura, garantindo
confiabilidade e efetividade operacional. Para isso, é
necessário o monitoramento contínuo do sistema de
alarme e também ferramentas que possibilitem sua manutenção,
afirma Maurício, encarregado do gerenciamento de alarmes
da Braskem e da Regap.
Então, qualquer não-conformidade na planta que necessite
de atenção por parte do operador, como por exemplo,
variáveis fora da faixa normal ou alteração
brusca no comportamento do processo, são eventos que devem
receber atenção especial porque podem comprometer
a segurança, o meio ambiente e especificação
de produtos.
Obedecendo-se a norma EEMUA-191 (www.eemua.co.uk/p_instrumentation.htm),
um alarme obrigatoriamente deve possuir um procedimento de
resposta, mesmo que esse seja mental, e esta resposta deve ser útil
e relevante para o trabalho do operador, deve ser apresentada
em tempo suficiente para a adoção do procedimento
de resposta considerando-se as limitações humanas
e alertar, informar e conduzir o operador sobre o problema apresentado
esclarece o Professor Roberto Limão, do Núcleo de
Energia, Sistemas e Comunicações da UFPA.
A priorização ajuda o operador a decidir uma ordem
para as ações que devem ser efetuadas, principalmente
quando vários eventos ocorrem simultaneamente. Os critérios
de atuação dos alarmes devem ser estabelecidos a partir
da análise dos riscos operacionais e é necessário
que as pessoas envolvidas tenham experiência nos processos
avaliados. O resultado da análise de risco ajuda na definição
de como tratar alarmes de diferentes prioridades, levando em consideração
parâmetros como comprometimento da segurança, meio-ambiente
e especificação de produtos. Estes fatores dependem
do estado de operação da planta e, portanto, a prioridade
deve reconhecer esses estados.
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